1/20/2024

Os pequenos ditadores das redes sociais (Opinião), por Iba Mendes


OS PEQUENOS DITADORES DAS REDES SOCIAIS

O que leva uma pessoa a sentir prazer em bloquear outras pessoas nas redes sociais? 

Muitos podem ser os fatores, e alguns perfeitamente compreensíveis, tais como ameaças de morte, manifestações racistas, boicotes, entre outros. Excetuando, porém, os casos extremos, no geral o bloqueio dá-se basicamente por uma mescla de egocentrismo, prepotência e fragilidade emocional. Quando o bloqueio é efetuado por simples discordância de opinião, aí a coisa descamba para o nível da infantilidade, como no exemplo daquela criança que abre o “berreiro” quando é contrariada. A imaturidade intelectual é, pois, a característica mais explícita desses “bloqueadores”. De certo modo, o ato de bloquear pessoas os faz sentirem-se assim “pequenos ditadores virtuais”, sendo as redes sociais o único lugar onde podem exercer de fato sua ridícula tirania de fumaça. Ao impedir, portanto, que alguém interaja em sua página, o bloqueador busca preservar incólumes suas convicções absolutas.  Daí ser comum refugiarem em bolhas de ideias, buscando sempre aqueles com quem concordam.  Desta forma mantêm-se distantes das críticas contundentes, as quais fatalmente ferirão seus brios fragilizados. 

As redes sociais funcionam assim como um “lugar de domínio e poder”,  e o botão de “bloqueio” é a ferramenta perfeita para afastar esses impertinentes dissabores. Nesses seus mesquinhos universos de poder virtual, os bloqueadores impõem regras, controlam acessos, estabelecem parâmetros e afastam os indesejáveis.  No mundo real, porém, são como os minúsculos “Oompa Loompas” do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, totalmente inofensivos.  

É isso!


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Por: Iba Mendes. São Paulo, 2024.

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