— Oh! quem dera que o sol pudesse
brilhar continuamente! exclamou Frederica um dia em que a chuva caia do céu em
torrentes.
Deus a satisfez.
Durante meses inteiros nem sequer
uma nuvenzinha se via no horizonte. Uma seca prolongada causou os maiores danos
possíveis. Ate as flores do jardim
— de Frederica não tardarão a emurchecer,
e o linho que lhe prometia tantas distrações não cresceu mais do que o tamanho
de um dedo.
— Vês agora, minha filha, lhe disse
sua mãe, que a chuva é tão necessária como também o bom tempo. Não seria
totalmente bom para nós outros mortais termos somente dias felizes e tranquilos.
Para alcançarmos a virtude é mister que nos purifiquemos no cadinho da tristeza
e da amargura.
Deus nos lega a chuva e o vento,
O sol, a luz e as flores,
Assim como o riso e o canto,
A saudade e os amargores.
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Tradução de Nuno Álvares.
Iba Mendes Editor Digital. São Paulo, 2023.
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