A FONTE
O pequeno Guilherme caminhava pelo
meio dos campos, em um dia de estio em que fazia calor extraordinário. Suas
faces estavam rubras, e o pobre menino morria de sede. De repente chegou perto
de uma fonte cuja água cristalina saía de um rochedo à sombra de um belo
carvalho. Guilherme precipitou-se para esta água fria como o gelo, e, bebendo dela,
caio por terra quase desfalecido. Assim chegou doente à casa de seus pais,
entregue a uma febre muito perigosa.
— Ah! dizia suspirando no seu
leito, quem dissera, ao ver aquela água tão límpida, que ela continha um veneno
tão mau?
Seu pai o ouviu e lhe disse:
— Não é a
fonte, cuja água é tão pura, a causa dos teus males; é tua imprudência, meu
filho.
Quantas vezes o prazer mais puro
Se muda em mágoa acerba e dolorosa,
Se a imprudência nos impele os passos
Por uma senda alheia e tortuosa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...