8/31/2023

A fonte (Conto), do Cônego Schmid


A FONTE

O pequeno Guilherme caminhava pelo meio dos campos, em um dia de estio em que fazia calor extraordinário. Suas faces estavam rubras, e o pobre menino morria de sede. De repente chegou perto de uma fonte cuja água cristalina saía de um rochedo à sombra de um belo carvalho. Guilherme precipitou-se para esta água fria como o gelo, e, bebendo dela, caio por terra quase desfalecido. Assim chegou doente à casa de seus pais, entregue a uma febre muito perigosa.

— Ah! dizia suspirando no seu leito, quem dissera, ao ver aquela água tão límpida, que ela continha um veneno tão mau?

Seu pai o ouviu e lhe disse:

— Não é a fonte, cuja água é tão pura, a causa dos teus males; é tua imprudência, meu filho.

Quantas vezes o prazer mais puro
Se muda em mágoa acerba e dolorosa,
Se a imprudência nos impele os passos
Por uma senda alheia e tortuosa!

 

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