A soberba e a humildade
Um jequitibá sobressaía ostentoso entre todas as árvores daquela floresta. Do alto de sua grandeza, ele mirava lá embaixo as outras árvores e esnobava de suas pequenezas.
"Pobres arbustos", dizia consigo. "Enquanto do alto de minha magnitude posso ser contemplado por todos, esses miseráveis mal se distinguem um dos outros. A Natureza de fato me enobreceu para que todos reconheçam suas próprias insignificâncias."
Um pequeno junco, que escutara esse monólogo lá da margem do ribeirão, mirou-lhe e disse:
"Ó grandíssimo tolo! Ser grande ou pequeno não significa ser melhor ou pior, mas apenas indica que somos diferentes, e é nessa diferença que reside nossa grandeza".
O jequitibá o olhou com desprezo e respondeu:
"Ó desprezível vegetal, por que não te calas? Não percebes que sou a maior árvore desta imensa floresta e que tu beijas meu tronco?"
O junco calou-se.
Naquela noite uma furiosa tempestade arrasou a floresta. Pela manhã, quando o Sol refletia no horizonte seus primeiros raios, o pequeno junco ergueu-se de sua curvatura e viu tombado no chão o grandioso jequitibá. Então pensou:
"Por ser tão
grande e majestoso, o jequitibá não se pôde curvar às rajadas do vento. Eu
sobrevivi porque me curvei".
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Por: Iba Mendes (fevereiro de 2023)
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