Os três malfeitores
Conta-se que um homem, tendo juntado grande quantidade de ouro de uma jazida,
trazia sua preciosa carga num burro. A certa altura do caminho deparou-se com
três homens mal-encarados, os quais o ordenou que parasse, exigindo-lhe que mostrasse
o que carregava no animal. O homem, vendo
que não podia enfrentar sozinho os três malvados, ergueu a lona e lhes mostrou o
valioso tesouro.
- Posso repartir um pouco com vocês - falou já prevendo o pior. - Isso é tudo que
conseguir em dez anos de árduo trabalho nas minas.
Mas os homens, quando viram toda aquela preciosidade, não quiseram
conversa: agarraram-no à força e desferiram-lhe vários golpes de faca.
Agonizando, o miserável ainda pôde balbuciar:
- Maldito serão vocês!... maldito será esse ouro!...
Já no covil, os três malfeitores deliberaram repartir entre
si o imenso tesouro. Contudo, para comemorar a façanha, os dois mais velhos incumbiram
o menor que fosse até o alambique próximo e trouxesse a melhor pinga. Ausente este, os dois velhacos, vislumbrados
com toda aquela imensa fortuna, acharam por bem dividi-la apenas entre si. Mas para isso tinham que matar o irmão.
- Quando ele voltar, você o segura bem firme que eu aplico os
golpes.
Dito e feito. Tão logo o mais novo apeou do cavalo trazendo a
bebida, o mais velho agarrou-o por trás, enquanto o outro desferia-lhe vários
golpes de faca.
- Agora é tudo nosso!... Só nosso!... Só nosso!... - gritavam
eufóricos e já inebriados pela pinga.
Tinham começado a dividir o ouro quando passaram a sentir as entranhas arderem como brasas vivas. Minutos depois, entre golfadas de sangue, tombavam sobre a relva verde. A cachaça havia sido envenenada.
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