Alguns jornais provincianos, quando o Sr. visconde de Lindoso, há dois meses, foi promovido a conde, disseram que na geração de sua excelência havia dezenove alcaides-mores de Lindoso, a contar desde o reinado de D. Diniz. Se há erro na contagem, não serei eu que o corrija. O leitor não há de, desta vez, exultar com a certeza de que o Sr. conde de Lindoso tem dezenove alcaides na sua árvore genealógica.
O meu propósito é averiguar se algum desses
dezenove praticou façanha que o imortalizasse na crônica ou na epopeia.
Efetivamente, deparou-se-me um, cujo nome está
identificado a uma poesia de Francisco de Sá de Miranda. Dos outros, por enquanto,
apenas sei os nomes e as tradições prováveis dumas existências obscuramente e
honradamente pacatas em Guimarães, no transcurso de quatro séculos.
A celebridade que Sá de Miranda, comendador das
Duas Igrejas, deu ao alcaide seu contemporâneo e vizinho, não é nada épica.
Chamava-se o alcaide-mor de Lindoso, Cristóvão do
Vale, e residia no seu castelo. Sá de Miranda morava na sua casa comendatária
da Tapada, não longe de Lindoso. Tinha o poeta um criado galego que o
alcaide, espécie de administrador de concelho e comissário de polícia do século
XVI, prendeu por motivos insignificantes. Sá de Miranda, escrevendo em Redondilhas a
seu cunhado Manuel Machado, Senhor de Entre-Homem e Cavado, conta-lhe a prisão
do galego, lardeando a notícia de axiomas sentenciosos que muito lhe abonam a
antonomásia de Sêneca português. Principia assim:
Inda que eu ria, e me cale,
Que me eu faça surdo e cego,
Bem vejo eu porque o do Vale
Correu tanto ao meu galego.
Que me eu faça surdo e cego,
Bem vejo eu porque o do Vale
Correu tanto ao meu galego.
Enquanto o do Vale lhe corre o galego, diz ele que
uns
Ladrões de seiscentas cores
Andam por aqui seguros,
Não lhe saem tais corredores.
Andam por aqui seguros,
Não lhe saem tais corredores.
E a causa dessa impunidade é que o alcaide não
fazia caso dos malfeitores que lhe ameaçassem o físico:
Após quem torna a si
E primeiro mata ou morre
Não corre o do Vale assim,
Que após um tolo assim corre.
E primeiro mata ou morre
Não corre o do Vale assim,
Que após um tolo assim corre.
E vai nomeando uns patifes que andavam a salvo, um
Bastião, um Ribeiro, personagens que se faziam respeitar pela valentia ou pelo
dinheiro.
Depois de muitas máximas de sã moral, o poeta
volta-se para o governo e exclama:
Executores da lei,
Havei vergonha algum dia!
Este chama: Aqui dei rei!
Este outro chama a valia.
Havei vergonha algum dia!
Este chama: Aqui dei rei!
Este outro chama a valia.
Ora o fecho da sátira, que é o mais pungente dela,
está deturpado na composição negligente das impressões que conheço, deste
feitio:
Outro chama: Portugal!
De varas não há e míngua.
Desata a bolsa, que val.
Traze sempre alada a língua.
De varas não há e míngua.
Desata a bolsa, que val.
Traze sempre alada a língua.
Com esta construção, assim aleijada, a sátira
penetrante fica de todo desluzida e estragada. Para que os equívocos
flageladores ressaltem do jogo das palavras de acepção dupla, a reconstrução
deve ser esta:
Outro diz: em Portugal
De varas não há aí míngua;
Desata a bolsa, que Vale
Traz sempre atada a língua.
De varas não há aí míngua;
Desata a bolsa, que Vale
Traz sempre atada a língua.
É claro o intuito mordaz do poeta. Manda desatar
a bolsa. Procede uns bons cinquenta anos o Put money in thy purse de
Shakespeare. O poeta inglês, pela boca perversa do honest Iago,
mandava encher a bolsa; o português manda desatá-la depois de cheia; é a
mesma ideia. Desata a bolsa, diz ele, porque o Vale, o alcaide de
Lindoso, quando o amordaçam com dinheiro,
Traz sempre atada a língua.
O verso é mau; mas Sá de Miranda visava
principalmente a fazer boa filosofia, e contentava-se em alinhavar versos
conceituosos em prosa chã; por isso mofava dele o Camacho, na Jornada do
Parnaso, taxando-o de
Poeta até o umbigo, e os baixos prosa.
Seja como for, dos dezenove alcaides de Lindoso
nenhum outro se gaba de ter o seu nome registado na obra do grande mestre da
Renascença lírica da Península.
***
Não sei se é notório em Portugal e nomeadamente no
Chiado e Clérigos que uma senhora, nascida e educada na Alemanha, e residente
não há muitos anos no Porto, publicou em 1885 uma edição das Poesias de
Francisco de Sá de Miranda, impressa em Halle. É um volume de 1085 página,
a saber CXXXVI que compreendem a biografia do poeta, a topografia de Carrazedo
de Bouro, da quinta da Tapada, do solar de Crasto, e a notícia particularizada
dos códices manuscritos e das edições impressas que a ilustre escritora
manuseou. As 946 páginas restantes compreendem as poesias conhecidas e as
inéditas colhidas de vários manuscritos, repartidas em quatro secções; e
na seção ou parte 5ª encontram-se todos os poemas dedicados a
Sá de Miranda. Na margem inferior de cada página inscreve a Sra. D. Carolina
Michaelis de Vasconcelos as variantes dos códices conferidos, e nas Notas,
que começam a página 739, entra sua excelência na parte crítica do seu valioso
trabalho, desenvolvendo raros e copiosos conhecimentos da literatura portuguesa
dos séculos XV e XVI, e da vida íntima dos seus poetas.
Referindo-se à sátira de Sá de Miranda, cujos
fragmentos trasladei, escreve a ilustrada senhora à página 754: As
alusões a um Da Vale... já
não podem ser decifradas. Seria assombroso que sua excelência conseguisse
exumar da poeira dos cartapácios genealógicos de Guimarães aquele Cristóvão do
Vale, alcaide infesto ao serviçal do poeta. Quantas gerações de leitores da
carta do comendador das Duas Igrejas terão passado inconscientes por sobre
aquelas alusões!
Nas notas, porém, da Sra. D. Carolina de
Vasconcelos há lances de investigação histórica tão penetrantes e intuitivos
que dão muito a esperar, se os seus estudos nos baldios ingratos da arqueologia
literária não desanimarem arrefecidos pelo desafeto que os portugueses
manifestam pelo arcaísmo.
Aqui se me oferece um exemplo de lucida exploração
investigadora no livro admirável desta senhora. Na Carta V de Sá de
Miranda a Antônio Pereira (página 237), o poeta, referindo-se ao
solar dos Pereiras, escreve:
Do qual irão há muitos anos
Um que aqui Braga regeu,
Pondo aparte os longos panos,
O passo dos castelhanos
À espada o defendeu.
Um que aqui Braga regeu,
Pondo aparte os longos panos,
O passo dos castelhanos
À espada o defendeu.
Comentando estes versos, explana a Sra. D. Carolina
de Vasconcelos: Julgamos que se trata do avô do grande condestável, isto é, de D.
Gonçalo Pereira que regeu Braga como arcebispo no meado do século XIV. Quando o
infante D. Pedro invadiu em 1354 as províncias de Entre Douro e Minho e
Trás-os-Montes acompanhado de seus cunhados D. Rui de Castro e D. João de
Castro foi ao seu encontro o arcebispo de Braga, que o havia advertido em tempo
dos sinistros projetos de D. Afonso IV. O prelado apresentou-se como medianeiro
para acalmar a contenda, e desviou o colérico infante do Porto...
Esta exposição tem equivocações. Sua excelência
como logo veremos, corrige alguns enganos com muita boa crítica histórica;
outros, porém, que não emenda, pedirei licença para os apontar. O infante D.
Pedro não invadiu a província de Entre Douro e Minho em 1354. Inês de Castro
foi assassinada em 7 de janeiro de 1355. A rebelião do filho contra o pai
começou nesta última data e terminou em 6 de agosto do mesmo ano, pelas pazes
feitas em Canavezes. Quanto aos irmãos de Inês: ela não teve algum que se
chamasse João ou Rui. Teve dois: um, seu irmão
inteiro, chamou-se D. Álvaro Pires de Castro, que foi conde de Arraiolos e
condestável; o outro, seu meio irmão, chamou-se D. Fernando Rodriguis de
Castro. Além destes irmãos, teve uma meia irmã, D. Joana de Castro, que, depois
de viúva de D. Diogo, senhor de Biscaia, casou com D. Pedro, o
Cruel, rei de Castela, depois da morte de Maria Padilha.
Quanto ao arcebispo D. Gonçalo Pereira, considerado
por todos os escritores nacionais e estranhos que há mais de dois séculos
tratam a história portuguesa no século XIV, pacificador na guerra civil
consecutiva à morte de Inês de Castro, emenda a Sra. D. Carolina de Vasconcelos
(página 882): O arcebispo de Braga, D. Gonçalo Pereira, jaz sepultado numa
capela anexa à Sé de Braga, onde na inscrição tumular se lê ter ele morrido no
ano de 1348. É, pois, impossível que a lenda sobre a sua intervenção nas lutas
de D. Pedro, o Justiceiro, e de Afonso IV (1354) seja verídica.
Conjetura depois a reflexiva escritora se o poeta
aludiria à intervenção do arcebispo nas pazes entre o infante D. Afonso IV e
seu pai D. Diniz, ou à concórdia que o mesmo prelado restabeleceu entre Afonso
XI de Castela e Afonso IV de Portugal.
Estas hipóteses sugeriu-lhas o Nobiliário do Conde D. Pedro,
editado por Alexandre Herculano. Não pode, todavia, prevalecer alguma dessas
conjeturas da excelente comentarista; porquanto Sá de Miranda, nas suas trovas,
não trata de pazes; é de guerra, e à ponta da espada com castelhanos:
Um que aqui Braga regeu
Pondo aparte os longos panos
O passo dos castelhanos
À espada o defendeu.
Pondo aparte os longos panos
O passo dos castelhanos
À espada o defendeu.
Daqui a pouco, espero conseguir que sua excelência aceite
o fato histórico, desembaraçada de hipóteses, como ele se acha escrito nos
antigos livros portugueses.
Quanto à morte de D. Gonçalo Pereira emendou sua
excelência um descuido repetido por todos os historiadores desde Manuel de
Faria e Sousa e D. Rodrigo da Cunha, que também faz D. Gonçalo contemporâneo de
D. Pedro I, já reinante.
A data da morte do arcebispo em 1348 não era estranha
para mim, quando em 1874 escrevi: "Em 1347 foi D. Gonçalo visitar a província
transmontana. Chegando a Vila Flor com grande séquito, travaram-se ali os seus
criados com os moradores da terra, e de ambas as partes beligerantes morreram
quatro homens e saíram doze malferidos. Tangeram os sinos a rebate. Levantou-se
a povoação armada. Cercaram a residência do arcebispo, mataram-lhe seis homens,
e matariam o próprio prelado, se não fugisse, pendurando-se de uma corda, que
lhe não evitou cair de costas no terreiro e contundir-se gravemente. Não
contentes os de Vila Flor com a fuga do seu arcebispo, tomaram-lhe as malas, de
envolta com parte dos capelães e seis criados. Protegido por atalhos, o contuso
prelado chegou a Carrazeda de Anciães, povoação importante naquele tempo,
fortificou-se no castelo, fez lavrar instrumento público, e enviou-o a D.
Afonso IV. O rei, poucos dias depois, mandou a Vila Flor uma alçada com dois
algozes bem escoltados, e fez enforcar os sacrílegos que pode colher na
devassa. Esta vingança nem por isso aliviou os incômodos do arcebispo
descadeirado na queda. Transferido a Braga, deitou-se para nunca mais se
erguer. Quatro meses depois adormeceu no Senhor" (Noites de insônia).
Neste mesmo artigo, comemorando as proezas do avô
do condestável D. Nuno Alvares, escrevi: Fora ele ainda quem acaudilhara a hoste de portugueses,
quando uma invasão de espanhóis, em desapoderada fuga, deixou o sangue de trezentas
vidas nas lanças dos alabardeiros do arcebispo.
Aqui tem sua excelência a façanha que o Sá de
Miranda celebrou na sua carta a um dos descendentes do prelado guerreiro; e
para que a ilustre escritora a conheça de melhor autoridade que a minha, aqui
lhe dou o traslado de cronista antigo: "Por estes anos, entraram por ordem
de el-rei D. Afonso onzeno de Castela pelo reino de Portugal, com mão armada,
D. Fernando Rodrigues de Castro e D. João de Castro seu irmão, capitães do
reino de Galiza, roubando, desbaratando quanto achavam, com muita gente de
armas, até chegarem à cidade do Porto, e fazendo todo estrago que podiam sem
acharem resistência, estando juntos nela o bispo D. Vasco, e D. Gonçalo
Pereira, arcebispo de Braga, que antes fora Deão do Porto, e o Mestre de Cristo
D. Frei Estevão Gonçalves refizeram 1:400 homens entre infantes e cavalos, com
os quais os contrários não quiseram cometer peleja; e voltando as costas se
foram recolhendo com a preza que levavam; mas seguindo-lhe os portugueses o
alcance lhe fizeram largar tudo, e custar a retirada mais do que cuidavam,
até que com morte de D. João de Castro e outros muitos soldados se foram
recolhendo a Galiza: foi isto na Era de 1374, ano de Cristo 1336..." (D.
RODRIGO DA CUNHA, Catálogo dos B. do Porto)
Não nos restam, pois, incertezas quanto ao feito de
armas encomiado por Sá de Miranda; e de todo em todo, à vista do ano em que
faleceu o arcebispo, irrefutavelmente fixado pela Sra. D. Carolina Michaelis, é
excluído aquele prelado da intervenção que os historiadores e até modernos
dramaturgos lhe dão nos sucessos posteriores à morte de Inês de Castro.
Mas, donde procede essa confusão dos historiadores?
Quem é o sacerdote Pereira que defendeu o Porto da invasão do infante D. Pedro
em 1355? Vamos conhecê-lo.
Assim como leu a página 285 do Nobiliário do Conde D. Pedro,
se a Sra. D. Carolina de Vasconcelos lesse a página 286, achava a decifração do
enigma. Aí nos conta o continuador do conde de Barcelos (digo continuador,
porque D. Pedro falecido em 1354, não podia referir factos ocorridos em 1355)
que o defensor da Vila do Porto, não fortificada, foi D. Álvaro
Gonçalves Pereira, filho do arcebispo D. Gonçalo. Não foi portanto, o pai; foi
seu filho, o prior do Crato, pai do condestável D. Nuno. E porque o texto do Nobiliário tem
uma concisão engraçada e pitoresca não será desagradável ao leitor conhecê-lo.
Vai textualmente: Este Prior D. Álvaro foi o que pôs os pendões
por muro, estando na vila do Porto para a guardar por mandado del-rei D.
Afonso IV, porque o Infante D. Pedro andava alçado dele, queimando e
destruindo muitos lugares do Reino, fazendo mal e danando a Diogo Lopes
Pacheco, a D. Gil Vasques de Rezende e a Pero Coelho e a todos os que ele
culpava que foram conselheiros na morte da infanta D. Inês de Castro, que citei
seu padre matou, e a vila do Porto não era murada em aquele tempo, senão em
poucos lugares de mau muro, e o Prior D. Álvaro fez muros de pendões das naus
que aí estavam, chantando as hastes deles pelo campo a redor da vila, e
percebendo (industriando) suas gentes como defendessem
os pendões. O Infante D. Pedro esteve aí em cerca da vila 16 dias com grande
poder de fidalgos portugueses e de Galiza. Estes fidalgos desejavam muito
cobrar a vila por a riqueza dela. Isto durou até que chegou El-Rei D. Afonso
IV, e o Prior D. Álvaro entregou-lhe sua vila, e alguns disseram que o Infante
se sofreu de combater a vila por honra do Prior D. Álvaro. A verdade assim
pareceu, que o Prior D. Álvaro, como entregou a vila a seu senhor El-Rei
começou de andar em preitezias (negociações) entre El-Rei seu
padre e aveu-os (avançou-os) e fez-lhe dar a sua quantia de
maravedis que seu padre lhe tinha alçada (suspensa) e fez-lhe
dar o condado ao Infante D. João seu filho, e outras muitas mercês... etc.
Aí está o fato histórico. A correção reconstituinte
da Sra. D. Carolina de Vasconcelos e os esclarecimentos que ouso oferecer-lhe
serão bastantes para expungir das histórias pátrias que por aí correm a
intervenção lendária do arcebispo de Braga na guerra civil de 1355? Talvez não.
Há erros enquistados que nenhum bisturi de crítica desarreiga.
***
Recopilando as impressões que recebi do livro da
ilustrada alemã: a biografia de Sá de Miranda, expurgada de inveterados erros,
está primorosamente redigida. A minudenciosa visita de sua excelência ao Castro
e à quinta da Tapada revelam o amor com que a autora estava possuída do seu assunto.
As reflexões filológicas rescendem um sabor germânico de que em Portugal
decerto não achou exemplos. A linguagem, a despeito de quase imperceptíveis incorreções,
parece ter sido estudada nos melhores mestres desde os primeiros alvores da sua
educação literária. Desata problemas envencilhados de genealogias; restitui a
uns poetas obras atribuídas a outros; gradua o quilate dos diamantes que lapida
sob o esmeril da crítica mais esclarecida. Coteja factos contemporâneos dos
poemas, para lhes averiguar a ideia ou a alegoria. Prodigiosa paciência e rara
vocação por tanta maneira divergente da nossa índole superficial em
averiguações desta natureza!
Devemos, portanto, à insigne escritora a primeira
edição digna do grande e quase olvidado poeta. Devemos-lhe além disso ter feito
mais conhecido e apreciado do que era em Alemanha o grande luminar donde
promanaram discípulos como Antônio Ferreira, Diogo Bernardes, Andrade Caminha,
e a plêiade de seiscentistas que formam com Luís de Camões a idade áurea da
literatura portuguesa.
Com o livro estimável da ilustrada escritora será
mais lido em Portugal Sá de Miranda? Envergonho-me de confessar que não. Sua
excelência achou-me exagerado quando eu disse, que na minha terra se conhecia o
poeta Sá pelas charadas. "Sou poeta português-I. Poeta português
com uma sílaba? É por força Sá."
Insisto em teimar, minha senhora, que, quando a
transcendente idiotia das charadas cair no abismo do ridículo, apagar-se-á de
todo o nome do poeta. E, quando isso suceder, folgará grandemente a alma
rancorosa de Cristóvão do Vale, ex-alcaide de Lindoso, que está, pelo menos, no
purgatório expiando a perseguição que fez ao inocente galego, vingado pela
sátira do seu imortal patrão usurariamente.
---
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2020)
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