JULIETA
DOS SANTOS
Há
muito das brisas do Norte
Traziam
a fama dum GÊNIO,
Tão
colossal de proscênio
Quanto
pequena de porte.
Assemelhando
um cometa
Em
ascensão, radiante
Vertiginosa
e ovante
Surgiu
enfim – JULIETA.
Em
prismas bem reluzentes
Como
mágica lanterna,
Essa
criança superna
Faz
vistas bem diferentes.
A
olhos nus, vista a parte
—
E borboleta no lar!
E
é um sol brilhar
Ao
telescópio da arte.
Menina
— tem quebrantos
Da
sensitiva singela;
Artista
— é lúcida estrela
Dos
matutinos encantos!
Em
casa — inocente filha
Em
graciosa folgaça...
No
palco — foi-se a criança
—
Eleva-se a maravilha...
A JULIETA DOS SANTOS
E que tu tens o dom magnético do gênio...
Para prender o mundo a rampa do proscênio!
M. de
Vasconcellos
Depois
que alou-se ao Panteon de Glória
O
colosso da cena — o João Caetano,
Mais
que luas quem viu no céu da arte
Do
mundo de Cabral?!
Surge
Joaquim Augusto
E
surgem mais e mais. Eram cometas.
Fraco
luar apenas se derrama.
Eis
que de repente,
Surge
no oriente
Um
sol radiante
De
luz febricitante
Que
o mundo assombra e arrebata
À
proporção que crescer e se dilata.
E
esse astro de luz, de luz dileta
És
tu oh! JULIETA!
Quando
pisas o proscênio
De
crânio-vulcão as lavas do teu gênio
Acendem
na plateia o mágico entusiasmo,
Que
o sábio velho queda e deixa pasmo
A
derramar uma lágrima tão doce
Como
se angélica harmonia ouvindo fosse.
Ao
fluido magnético da fala
Às
elétricas faíscas
Que
relampejam de teus olhos fulgurantes
E
vão cair na plateia palpitantes,
Que
de arrebatada
Sem
a vista afastar do sol que brilha
Não
se tem em pé nem assentada,
Cada
peito estrebucha na golinha
Das
convulsões patéticas do belo!
De
épicos aplausos
O
espectador fanatizado então
Sente
na garganta um aluvião
Que
vem e se desfaz
Na
boca ressequida.
A
alma embevecida
Sobe
e sobe mais.
O
coração palpita, treme
Se
biparte, geme
E
cai alucinado e arquejante,
Sem
poder modular naquele instante
Nem
um bravo sequer!
Oh!
magno poder,
Misterioso
encanto!
Da
santa comoção
Borbulha
mudo pranto!
Mas,
eis que retumbante
Ergue-se
o mar agitado que te aplaude,
A
tempestade de palmas que rebrama.
***
Desdobrou-se
o enredo. É findo o drama.
Então
em furor descomunal,
No
auge do delírio
O
povo te coloca no empíreo
Da
arte divinal.
É
que tu és deste século a maga filha,
Dum
esforço de Deus a maravilha!...
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