CANTO
I
ARGUMENTO
Em
singela alegoria
De
um Cisne pinto a candura;
Das
aves canto a ventura
A
paz, sossego, harmonia.
Vitupero
a rebeldia
De
certo grupo traidor:
Louvo
um gentil beija-flor,
Mimoso,
nobre, e sincero;
Pinto
enfim um Quero-quero
Turbulento,
e piador.
1ª
Para
o Sul do Equador,
No
mundo, de que Colombo
Foi
feliz descobridor.
2ª
Léguas
para o ocidente
Do
Bretão meridiano,
(Se
nauta regra não mente)
3ª
Sítio
jaz, que o mar se ufana
De
assíduo em torno beijar;
Pleiteiam
zéfiros brandos
O
prazer de o bafejar.
4ª
Quando
a todos os viventes
Fala
os deuses concediam,
Plumosos,
bípedes bandos
Aí
felizes viviam.
5ª
Ao
volátil, dócil povo
Presidiam
mansidão,
Concórdia,
paz, doces frutos
Que
produz a solidão.
6ª
O
plúmeo bando feliz
Da
paz os gozos fruía,
Até
que veio a cobiça
Plantar
a desarmonia.
7ª
Alguns
se alegram com isso!
Tal
é a facilidade,
Com
que no mundo se aplaude
Tudo
quanto é novidade!
8ª
Eis
o caso: pelas aves
Sábio
Cisne fora eleito
Para
sustentar na corte
Do
plúmeo povo o direito.
9ª
Que
bem o cargo servira
Não
sofre contestação;
Porque
das aves tivera
Constante
reeleição.
10ª
Também
cabe apresentar
Por
documento em favor,
Tê-lo
chamado a conselho
Das
aves a Superior.
11ª
Sem
ambição, sem riquezas,
Sem
brasões de fidalguia,
Honra
tal só o talento
Conferido
ter podia.
12ª
Rancores,
ódios, vinganças,
Nem
contra o próprio inimigo
Em
seu peito generoso
Jamais
tiveram abrigo.
13ª
Entretanto
volta à terra,
De
que saíra a estudar,
Um
Quero-quero dizendo
14ª
À
maior parte das aves
Causou
isto expectação;
Porque
dar a liberdade
Pressupõe
a escravidão.
15ª
A
uma linda saíra
Perguntou
um beija-flor,
Se
é certo sermos cativos,
Quem
será nosso senhor?
16ª
Não
sei (responde a mimosa),
Mas
tenho ouvido dizer,
Que
o jugo do cativeiro
Faz
suspirar, faz gemer.
17ª
Até
hoje (aos Céus louvores!)
Não
suspirei, nem gemi,
Portanto
julgo-me ainda
Ser
livre como nasci.
18ª
Ai!
tristes! já lá no peito
Dos
inocentes plumosos,
A
discórdia acerba e dura
Os
faz menos venturosos.
19ª
Assim
foi, que certo bando,
Levado
de fanatismo,
Toma
do Libertador
A
inveja por heroísmo.
20ª
De
incenso pobre aturdido
Se
infatua o novo herói,
Concórdia,
paz, e sossego,
Em
breve o tempo destrói.
21ª
Adeus
ternas amizades,
Boa
fé, leda harmonia,
Quietação
doce, e mais doce
Inocência
de algum dia.
22ª
Pairam
nuvens de discórdia
Sobre
o sítio encantador,
Ninguém
mais de ser escapa
Delatado
ou delator.
23ª
Tal
quando em Mavórcia lide
Soa
a voz de combater,
Entre
o ataque e defesa
Por
força se há de escolher.
24ª
Por
iludir os incautos,
Que
do seu partido são,
Ardilosos
planejaram
Noturna
reunião.
25ª
Os
ódios, que em muitos peitos
Existiam
sufocados,
Nela
acharam sítio, ensejo
Os
mais bem apropriados.
26ª
Ali
sandices vomita
O
fofo Libertador,
Em
camisas de onze varas
Foi
meter-se o falador.
27ª
Seu
alvo (diz a Gazeta)
Foi
deprimir o rival,
Há
Quero-queros, que imitam
As
gralhas em falar mal.
28ª
E
não deu baldado exemplo,
Pois
logo surgiu dali
Um
Tiê, que vira tudo,
Como
qualquer Bem-te-vi.
29ª
Sobre
as aves inocentes
Esvoaça
o detrator,
Fere
a todos sem piedade,
Sem
respeito, e sem pudor.
30ª
Não
houve aí Tico-tico,
Papa-arroz,
ou Tangará,
Pobrezinho,
que escapasse
À
língua ferina, e má.
31ª
Não
prossigas, maldizente!
Não
difames a ninguém!
De
dizer-se mal dos outros
Qual
o lucro, que provêm?
32ª
Sobre
esta terra de dores
Infelizes
companheiras,
Leis
de amor unir-nos devem,
Leis
do Céu, leis verdadeiras.
33ª
Somos
corruptível massa,
Que
Deus serviu-se animar.
Assim
mimosa avezinha
Findou
seu triste cantar.
CANTO
II
ARGUMENTO
Para
ao Cisne disputar
Populares
afeições,
Chamam
às reuniões
Negras
aves d’ultramar.
Vão
ali fezes vazar
Aves
de bico daninho;
Aos
Céus invoca um Arminho
Que
à terra o Cisne trouxesse;
Uma
corveta aparece;
Traz
o Cisne ao pátrio ninho.
1ª
Já
da Capricórnia meta
Se
afasta o grande luzeiro;
Eis
o Outono, em frutos fértil
Sobre
o solo brasileiro;
2ª
Lá
vai Febo auriluzente
Curar
com tépida mão
Os
danos, que em sua ausência
Sofrera
o Setentrião.
3ª
Multidão
de esparsas folhas
Junca
a terra em parda cor;
A
saudade de seus ramos
Lhes
murcha o lindo verdor.
4ª
Desmuciados,
grossos troncos
Distendem
tortas raízes.
Tardo
auxílio!... Nada sentem,
São
mortas as infelizes!
5ª
Mas
vai já tudo animar-se
Da
febeia proteção,
As
selvas amortecidas
Que
lindas florescerão!
6ª
Pelas
aves, entretanto
Prossegue
o pleito odioso;
Nelas
abre a vil intriga
Cavo
sulco abominoso.
7ª
Que
de — Anus — o nome têm,
Aos
Sericuás, e Tucanos
Se
reuniram também.
8ª
Desta
liga monstruosa
Fez-se
um clube eleitoral;
Temeu
logo as consequências
O
poder policial.
6ª
Eis
ordena que de dia
Só
se possam reunir,
Pois
da noite o negro manto
Sói
os crimes encobrir.
10ª
Tinha
a Fama por cem bocas
Falsamente
apregoado
Todo
o caso; até se afirma
Que
mentira seu bocado.
11ª
Se
uma boca só que mente,
Muito
mal faz produzir,
Que
de males não resultam
De
cem bocas a mentir?
12ª
Soube
o eleito na corte
Do
trama na terra urdido
Por
muitos, que só favores
Dele
haviam recebido.
13ª
Sobranceiro
a tanta infâmia,
No
seu forte coração,
De
algumas aves mesquinhas
Desprezando
a ingratidão;
14ª
Veio
ver essas que firmes,
Com
fé, amor, lealdade,
Sacros
deveres cumpriram
Da
justiça e da amizade.
15ª
Vem,
sábio legislador,
Que
honras teu país natal,
Vem
trocar com teus amigos
Um
abraço fraternal.
16ª
Vem
saber que as mais sensatas
Das
aves tuas patrícias,
Por
ti afrontam perigos,
Por
ti rejeitam delícias.
17ª
Que
a parte sã da província,
Por
teu mérito, e primor,
Te
vota mais que amizade,
Muito
mais, te vota amor.
18ª
Vem,
saber, que tu não deves
Recear
calúnias vis.
Refalsada
e baixa intriga,
Baixos
manejos sutis.
19ª
Despreza
esses, que vivem
Só
de embuste e falsidade,
Que
parecem proibidos
De
dizer uma verdade.
20ª
Tens
um trono em nossos peitos,
Baseado
em puro amor.
Anda,
vem testemunhar
Nossa
fé, nosso valor.
21ª
Enquanto
gentil Arminho
Pousado
numa figueira,
Isto
diz; lá se levanta
22ª
Após
esta outra subia
De
várias listadas cores;
Era
a Corveta fendendo
23ª
Nela
vem Ave escolhida
Dentre
muitas aves mil,
Daquelas,
que mais ilustram
As
florestas do Brasil.
24ª
Com
geral contentamento
Em
veloz celeridade
Percorre
a fausta notícia
Os
subúrbios da cidade.
25ª
Bem
como os sons da trombeta
Fazem
saber aos guerreiros,
Que
no perigo iminente
Às
armas corram ligeiros:
26ª
Tal
este deixa apressado
Aberto
o livro em que lia;
Aquele,
de tinta cheia
A
pena com que escrevia.
27ª
Um
que escuta o terno canto,
Da
mais delicada amante,
Deixa;
parte, e leva a nova
Ao
companheiro distante.
28ª
Outro,
que no altar de amor
Ia
dar um juramento,
No
caminho a nova sabe,
Volta,
e falha o emprazamento.
29ª
Alguns
partem duvidosos;
Todos
à praia caminham
Alegres
aves aos centos
No
desembarque se apinham.
30ª
Ao
longe avança um batel,
Que
lhes ocupa os sentidos;
Ele
chega; e veem seus olhos
O
que ouviram seus ouvidos.
31ª
Aquilo
que se deseja
Com
sincero, e puro ardor,
No
momento em que se alcança
Tem
mais que humano valor.
32ª
A
chegada de um amigo
Por
longos tempos ausente,
Transforma
mágoas passadas
Em
puro gozo presente.
33ª
Esses,
que no peito abrigam
Corações
cheios de fel,
Não
podem sentir as coisas,
Que
escrevo neste papel.
CANTO
III
ARGUMENTO
Saudoso,
fagueiro, e terno
Chega
o Cisne aos pátrios lares;
Vêm
as aves a milhares
Com
prazer o mais interno,
Em
dar o abraço fraterno,
É
quem primeiro será;
Pelo
povo que ali está,
Em
sinal de saudação,
A
mais bela alocução
Faz
ao Cisne um Sabiá.
1ª
Musa
amiga, que por vezes
Nas
minhas vicissitudes,
Mil
endechas me inspiraste
Saudosas,
se bem que rudes;
2ª
Que
às ingratidões de Márcia,
Que
aos encantos de Delmira,
Sons
maviosos tiravas
De
uma só corda da Lira;
3ª
Outorga-me
neste empenho
Os
teus encantos divinos,
Venceste
acerbos destinos.
4ª
Se
me não for permitido
Encantar
jovens leitores,
Que
na flor da mocidade,
Só
se encantam por amores;
5ª
Se
agrados não excitar
À
sabujenta velhice,
Que
só crê nas priscas eras
Tendo
horror à modernice;
6ª
Se
o belo sexo enfim
Não
me der nenhum apreço,
Porque
as belas só se enlevam
Nas
aras do Deus travesso;
7ª
Nem
por isso me denegues
Teu
auxílio altipotente,
O
que não agrada a uma,
Satisfaz
a outra gente.
8ª
Alguns
sobre o pobre vate
Talvez
louvores espargem,
A
esses voto meu canto,
A
esses rendo homenagem.
9ª
Mal
que o pátrio solo amigo
Nosso
herói ledo pisou,
À
multidão, que o saúda,
Enternecido
abraçou.
10ª
No
prazer, em que transborda,
Arrebatado
assim diz:
Ó
minha pátria adorada,
Torno
a ver-te; sou feliz.
11ª
Notou
certa ansiedade,
Nas
aves, e a razão,
Não
sabia, sendo ela
De
bem fácil solução.
12ª
Quando
tisnar se procura
O
crédito, a quem o tem,
A
sustentá-lo se prestam
Todas
as aves de bem.
13ª
Mas
já nos montes embaçam
Os
raios do etéreo lume;
Faz
na areia inquieta vaga,
Brando
som, quase queixume.
14ª
Nas
folhagens ciciando
Tênue
aura suestina;
No
céu fulge do Oriente
A
rósea luz matutina.
15ª
Já
trinam lindos Canários,
Gaipavas,
e Gaturamos;
Sanhaços,
Cambaciquinas,
Saltando
por entre os ramos.
16ª
De
sonoros Sabiás,
Alegre
bando chegou,
E
deles o mais sabido
Desta
maneira cantou:
17ª
Presta
ouvidos aos meus acentos,
Modesto
Legislador,
Atende
aos votos humildes
De
um selvático cantor.
18ª
Viste
a luz em nossa terra,
À
corte foste estudar
Ciências
com que vieste
Teus
patrícios ilustrar.
19ª
Diva
luz da liberdade
Para
nós veio raiar.
Abusos
velhos cumpria
De
sobre o povo tirar.
20ª
Inda
El-rei Nosso Senhor
De
Deus se não distinguia;
E
dizer-se — Liberdade —
Era
dizer — Rebeldia.
21ª
Teus
discursos, teus escritos
De
animada erudição,
Nossos
direitos defendem,
Velam
no bem da Nação.
22ª
Quando
do povo aterrado
Tristes
clamores ouvias,
Em
tal crise combateste
23ª
Muitas
leis, que feitas foram
Por
bem nosso, e do país,
Nasceram,
e sazonaram
Na
tua mente feliz.
24ª
Associada
união,
Tudo
criaste; e também
25ª
Conseguiste,
enfim, que breve
Priscas
preocupações,
Não
tivessem mais guarida
Nem
mesmo em nossos sertões.
26ª
Pelo
público serviço
Desvelado,
e diligente,
Mil
bens de ti receberam
Nossa
terra e nossa gente.
27ª
Eleger-te
deputado,
Fora
em nós quase um dever,
Porque
juntas aos serviços
Patriotismo
e saber.
28ª
Foste
assim por nós eleito
Em
missão legislativa;
Não
erramos, preencheste
A
geral expectativa.
29ª
No
Parlamento composto
Dos
mais sábios da Nação,
Teus
discursos, teu bom senso,
Mereceram
atenção,
30ª
E
na corte o teu prestígio
Honra
faz à nossa aldeia;
Se
lá te elege o Monarca,
O
povo aqui te nomeia.
31ª
Como
ministro da Coroa
Gerindo
a pasta da guerra,
Findaste
a luta de irmãos,
32ª
Com
este ato sublime
Tua
missão acabaste;
Se
ao entrar pobre subiste,
Ao
sair pobre ficaste.
33ª
E
os louros querem tirar-te
Tão
nobres, tão merecidos?...
Também
foram esquecidos!!!...
CANTO
IV
ARGUMENTO
Ao
Congresso, que se instala
Marcha
o Cisne sem demora;
Um
certo grupo descora
Quando
o vê entrar na sala.
Com
graça discute e fala;
Desbarata
a oposição:
Volta
à corte; e foi então
Que
nobre, grave, e severo
O
Guará no Quero-quero
Deu
formal repreensão.
1ª
Calou-se
o plúmeo cantor,
E
as aves, que o escutavam,
Fôlego
tomam, que há muito
De
atentas nem respiravam.
2ª
Só
então parte das aves
Com
mágoa ficou ciente,
Que
haviam tantos ingratos
Com
cara de boa gente.
3ª
Que
tal grupo de invejosos
Na
pátria terra existia;
Houve
quem se indignasse,
Mas
o nosso herói sorria.
4ª
A
coral e a jararaca
Mansas
pombinhas serão,
Se
com elas se compara
A
inveja e a ingratidão.
5ª
Porém
de humanas paixões
O
Cisne conhecedor,
Nada
disto lhe causava
Nem
vislumbre de rancor.
6ª
Ingratos
zoilos mesquinhos,
Vosso
afã, e pouco siso,
Com
desdém, são condenados
Ante
o público juízo.
7ª
Aves
vinte anualmente
Sobre
os públicos negócios
Do
seu país legislavam.
8ª
Um
vinte avos do congresso
Era
o Cisne de direito;
E
no dia imediato
Nele
achou-se com efeito.
9ª
Musa,
tu, que me inspiraste
Este
humilde canto meu,
No
mais difícil do canto,
Me
privas de auxílio teu?
10ª
Agora,
que eu pretendia
Do
meu herói descrever,
O
estilo, o garbo, e modo,
E
graça no discorrer;
11ª
É
então que me abandonas,
Por
que vás saborear,
Seus
discursos maviosos,
Tão
difíceis de imitar?
12ª
Sua
voz serena, e firme
Acaso
te encantaria?
Tens
razão; do Cisne o canto
Tem
sonora melodia.
13ª
Vou
também ouvir atento
As
frases da pátria amigas;
Contigo
juro cantá-las
Por
quem és, não me desdigas.
14ª
Ei-lo;
em torno a vista lança,
Tranquilo
pede a palavra;
Certo
terror macilento
Nos
rostos inimigos lavra.
15ª
Oferecera
o Quero-quero
Peça
mesquinha, e pejada
De
servil adulação.
16ª
O
eloquente orador
Com
discreto analisar,
Castigando
a ruim doutrina,
Fez
a peça reprovar.
17ª
Era
notável a graça,
A
finura e cortesia
Com
que a jeito lhes lançava
Delicada
zombaria.
18ª
Entoou
loquaz Gansete,
Acusação
muito antiga;
Cediça,
e falsa provou-se,
Voltou
ao bucho a cantiga.
19ª
Dos
contrários a conduta,
Manda
a prudência calar;
Seus
atos causam desdouro;
Nem
se devem divulgar.
20ª
Certas
gralhas, que na ausência
Tanta
grasnada faziam,
Caladinhas,
acanhadas
Nem
palavra proferiam.
21ª
Exclamou
o Cisne vendo
Tão
mofinos contendores:
—
Honro-me pouco vencendo
Tão
fracos opositores.
22ª
E
dos seus se despedindo
Fez
à corte o seu regresso,
Novos
deveres o chamam
23ª
Adeus,
ó ave adorada,
Mimosa,
e cândida flor;
O
nosso pranto saudoso
É
teu cântico de amor.
24ª
Então
vistoso Guará
Ao
Quero-quero exprobando,
Da
província amotinada
O
estado miserando.
25ª
Assim
diz: — Tu que tens feito
Ao
Cisne tão crua guerra,
Não
dirás que benefícios
Já
fizeste à nossa terra?
26ª
Dize
mais: — que bens lhe podes
Para
o futuro trazer?
Pelas
provas que tens dado,
Só
males podes fazer.
27ª
Por
ora, o que nos tens feito
Entre
amigos, e parentes
Da
mais íntima união.
28ª
Até
ao seio das famílias
Tens
a discórdia levado;
Em
mil pleitos, mil demandas,
29ª
De
Pandora a caixa iníqua
Destampaste
em nosso dano,
Que
maior mal nos faria
A
subida de um tirano?
30ª
Quanto
a ti, Cisne famoso,
Sinceros
votos aceita,
A
outrem, que tu não sejas,
Nossa
gratidão rejeita.
31ª
E
quando austeros destinos
Contigo
sejam fatais
Honra
mais descer contigo,
Que
subir com teus rivais.
32ª
Findarás,
Cisne querido,
Pois
não hás de ser eterno,
Mas
teu canto de agonia
Há
de ser saudoso e terno.
33ª
Disse:
e logo abrindo as asas,
Fendendo
os ares, voou;
Disse
pouco; mas que puras
Verdades
articulou!!!
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