Monopólio e rebeldia
A
Companhia Geral de Comércio, de 1649,
a Companhia de Comércio do Maranhão, de 1682, teriam
privilégios e fariam exações. A experiência antiflamenga dera-nos ousio, uma
ideia de autonomia animava os rebeldes: as Companhias de Comércio locupletavam
a estrangeiros, pois são Ingleses que as financiam e inglesas as suas frotas. O
comércio outrora livre é agora privilégio de estrangeiros. A revolta de Manuel
Beckman no Maranhão, em 1684, inspira-se nesses postulados: A duas coisas devemos pôr termo, aos
Jesuítas e ao Monopólio. Os Jesuítas foram, de fato, expulsos, sem maiores
violências, mas compelidos a embarcar, Vieira à frente, para Portugal, onde
chega a notícia da rebelião. Gomes Freire de Andrade (sobrinho de Jacinto
Freire de Andrade, o autor da Vida de D.
João de Castro),
é mandado contra eles e, sem grande esforço, acomoda, julga e só os cabeças,
refugiados, têm os bens confiscados, embora depois restituídos às famílias.
Ausentando para o Sul, Minas de Paranaguá, o Governador Salvador Correa de Sá,
deixando no posto Tomé Correa de Alvarenga, foi este deposto por Jorge Ferreira
de Bulhão, Diogo Lobo Pereira e Lucas da Silva, sediciosos que proclamaram
chefe a Agostinho Barbalho. Foram presos os cabeças e mandados a Lisboa,
falecendo o primeiro no cárcere onde esqueceram o segundo, solto o terceiro por
fiança. Barbalho estranho à conjura teve a doação da ilha de Santa Catarina por
capitania e o governo de Paranaguá. Também na Bahia, em 1682, houve tumulto e
assassínio de um militar, o alcaide-mor Francisco Teles de Menezes, despótico e
abusivo, protegido pelo Governador Antônio de Souza Menezes, que desatinou e,
ante o Povo amotinado em favor do assassino, acusou a Companhia de Jesus do
homicídio, prendeu padres e homens grados, enchendo as prisões de inocentes.
Pela frota desse ano foram a El-Rei mais queixas
que caixas (de açúcar),
foi o desabafo popular que, sempre, no Brasil, consola a pena com o “humour”.
Já a cidade ia levantar-se em revolução, quando chegou, por novo Governador, o
Marquês das Minas. Ao acabar o Século em 1698 eram 528 os engenhos; 246 em
Pernambuco; 146 na Bahia; 136 no Rio de Janeiro (Taunay, Sabsídios etc.).
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