Limites com Espanha
“Tratado
de Madrid” (1750). Os portugueses tinham ido ao Rio da Prata, antes de Solis:
Vespúcio, a mando de Dom Manuel, segundo disse ou dizem intérpretes por ele, e
outros navegadores da costa do Brasil.
O
Tratado de Tordesilhas pusera lealmente Portugal no respeito à posse de
Castela. Dom Pedro II manda fundar uma colônia limite, entre os dois domínios
vizinhos, margem esquerda e direita do Prata. É o que faz Dom Manuel Lobo,
governador do Rio de Janeiro, lançando as fundações, a 1º de Janeiro de 1680,
da fortaleza e da Colônia do Sacramento. Mas, na Guerra-de-Sucessão de Espanha,
Portugal, ao lado de Inglaterra, forma contra a França, e Castela promove um
ataque do governador de Buenos Aires em 1704, sendo os portugueses, depois de
um sítio de seis meses, obrigados a incendiar suas posições e a refugiarem-se
no interior (1705). Pelo Tratado de Utrecht (1715), feitas as pazes, Castela
obrigou-se a restituir a Colônia, mas entrega apenas o sítio ocupado, fundando
junto Montevidéu (1724), onde se fortificou. Nova guerra de limites, entre
Espanhóis de Montevidéu e portugueses do Sacramento, terminada em 37 com o
Tratado de Paris. Finalmente, em 1750, último ano do reinado de Dom João V,
firma-se o Tratado de Madrid, definidor dos limites das duas potências. Os
Espanhóis conseguem a posse da Colônia do Sacramento, em troco dos Sete Povos
das Missões do Uruguai. Do lado português, fora um dos diplomatas mais capazes
o brasileiro Alexandre de Gusmão. Parece ter sido boa, ou pelo menos equitativa
a barganha, porque ambos os países, depois, se pretenderam logrados. A
invocação de Tordesilhas já não prevalecia, pois que os Espanhóis a violaram
nas Filipinas, e os portugueses ao Norte e Noroeste do Brasil; a ocupação
prevaleceu do lado espanhol, mas não do nosso, e vai dar lugar a conflito, como
veremos. Em todo o caso, Madrid revoga Tordesilhas.
Sobrevindo
no trono Dom José I, seu Ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, depois
Marquês de Pombal, trata de executar o Tratado de Madrid, para evitar futuras
pendências. Para o Norte vem nomeado governador do Pará e Maranhão Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Ministro, que não traz propósitos
agressivos contra ninguém, nas determinações do governo da colônia: os limites
são a primeira preocupação.
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