10/05/2019

José de Alencar: dados biográficos


José de Alencar: dados biográficos

José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, no Ceará, a 1 de maio de 1829 e morreu no Rio de Janeiro a 12 de dezembro de 1877. Era filho do senador de igual nome, que se celebrizou na revolução pernambucana de 1817, e de D. Ana José de Alencar. Estudou no Rio, em São Paulo e Olinda, tendo-se formado em São Paulo em 1850. Advogado, professor de Direito Mercantil, diretor de Seção na Secretaria da Justiça, consultor dos negócios da Justiça, foi deputado pelo Ceará nas legislaturas de 1861, 1863, 1869 a 1875, 1876 e 1877 e ministro da Justiça de 16 de julho de 1868 a 10 de janeiro de 1870.

É vasta a sua obra literária. As suas primeiras produções foram no jornalismo e no teatro, como as “Cartas de Ig”, os artigos do “Correio Mercantil”, “Diário do Rio”, etc., as peças “Verso e reverso”, “Demônio Familiar”, Asas de um anjo”, “Expiação” “O Crédito”, “A flor agreste”, “O jesuíta” e “Mãe”.

Depois de ter produzido a novela “Cinco Minutos” e “Viuvinha”, escreveu “Lucíola” (1862), “As minas de prata” (1862-1865), “Diva” (1863), “Iracema” (1865), "O Gaúcho" (1870), “Pata da Gazela” (1870), “O tronco de ipê” (1871), “Til” (1872), “Sonhos de ouro” (1873), “Alfarrábios” (1873) “Guerra dos Mascates” (1873), “O Sertanejo” (1875), “Senhora” (1875), “Encarnação” (1877), “Ubirajara”, etc...

“Guarani” é a obra prima de José de Alencar. Foi uma surpresa e uma revelação. Traduzido em italiano, chegou às mãos de Carlos Gomes, então na Itália, e daí nasceu o motivo da célebre obra que imortalizou  grande maestro campineiro.

Ninguém definiu melhor José de Alencar que Machado de Assis no discurso inaugural do assentamento da estátua de Alencar. A palavra prestigiosa de Machado de Assis consagrou José de Alencar como o criador da literatura brasileira e traçou-lhe nas linhas principais a figura literária.

“Podemos dizer que ele saiu da academia para a celebridade, escreveu Machado de Assis. Quem o lê agora, em dias e horas de escolha, e nos livros que mais lhe aprazem, não tem ideia da fecundidade extraordinária que revelou tão depressa entrou na vida. Desde logo pôs mãos à crônica, ao romance, à crítica e ao teatro, dando a todas essas formas do pensamento um cunho particular e desconhecido. No romance, que foi a sua forma excelência, a primeira narrativa, curta e simples, mal se espaçou da segunda e da terceira. Em três saltos estava o “Guarani” diante de nós; e daí vem a obsessão crescente de força, de esplendor, de variedade.  O espírito de Alencar percorreu as diversas partes da nossa terra, o norte e o sul, a cidade e o sertão, a mata e o pampa, fixando-as em suas páginas, compondo assim com as diferenças da vida, das zonas e dos tempos a unidade nacional da sua obra...”

Pode-se afirmar sem sombras de incertezas, que nenhum escritor brasileiro teve em mais alto grau a alma brasileira.



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Revista "Nação Brasileira", fevereiro de 1933.

Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)

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