Afonso Henriques de Lima Barreto
nasceu no dia 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1
de novembro de 1922, o mesmo ano em que tivera início a Semana de Arte Moderna.
Aos seis anos fica órfão de mãe.
Com a responsabilidade de sustentar a família, abandona o curso de Engenharia
que começara no ano de 1897, ingressando como amanuense na diretoria do
expediente da Secretaria de Guerra. Contudo, sua principal atividade estava na
Imprensa, onde colaborou durante toda sua vida, escrevendo contos, crônicas,
ensaios etc.
Filhos de pais mestiços teve a
vida marcada pelo preconceito de cor, fato este que influenciara grandemente
sua obra. Em consequência de problema com o alcoolismo, deixou-se internar num
manicômio, onde escreveu anotações e experiências pessoais postumamente
publicadas sob o título “Cemitério dos Vivos”.
Estreia sua vida literária em
1908 com o romance “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Escreveu, entre
outras, as seguintes obras: “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1915), “Numa e
a Ninfa” (1915), “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá” (1919), “Histórias e
Sonhos” (1920), “Os Bruzundangas” (1922), “Bagatelas” 91923) e “Clara dos
Anjos” (1948).
Seu romance mais conhecido é
“Triste Fim de Policarpo Quaresma”, adaptado para o cinema em 1998, com o
título “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil”, dirigido por Paulo Thiago.
Numa análise do professor Antônio
Cândido, em seu livro “Iniciação à Literatura Brasileira”: “Contrariando as
normas preconizadas, a sua escrita é cursiva e a mais simples possível,
buscando o ritmo coloquial, despreocupada da “pureza vernácula”, frequentemente
incorreta, parecendo desafiar intencionalmente a gramática. A sua tendência
mais natural era o comentário jornalístico e a apresentação pitoresca de
costumes, regidos pelo sarcasmo e dirigidos contra o pedantismo, a falsa
ciência, as aparências hipócritas da ideologia oficial. Mas o bloco principal
de sua obra é a narrativa, que deixa a impressão de esforço mal realizado,
apesar da generosidade das posições. Nela se destaca o romance "O triste
fim de Policarpo Quaresma" (1915), sátira quase trágica dos equívocos do
patriotismo (muito invocado naquela fase inicial da República), onde conta a
destruição de um inofensivo idealista pela realidade feia e mesquinha da
política e dos fariseus.”
IBA MENDES
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