Resumo biográfico e literário de Eça
de Queirós
1845 — 25 de novembro: Nasce José
Maria de Eça de Queirós, na Póvoa do Varzim e é logo separado de seus pais.
— 1 de Dezembro: É batizado em Vila do
Conde.
1851 — Sai de Vila do Conde para a
companhia de seus pais.
1858— 17 de julho: Exame de Instrução
Primária no Porto.
1861 — Matricula-se no 1º ano da
Faculdade de Direito da Universidade.
1866 — 23 de março: Publica-se na Gazeta de Portugal a estreia literária
de Queirós, em Notas Marginais.
— 22 de junho: Forma-se em Direito, nemine discrepante, tendo sido seus
contemporâneos em Coimbra Antero de Quental, Alberto Sampaio, Júlio Lourenço
Pinto, Germano Meireles, J. C. Vieira de Castro, Antônio Azevedo Castelo
Branco, José Falcão, Lobo de Moura, Santos Valente, Manuel de Arriaga, Rodrigo
Veloso, Teófilo Braga, etc.
— 10 de Outubro: Eça de Queirós
inscreve-se na Secretaria do Supremo Tribunal de Justiça como advogado.
1867 — 6 de janeiro: Sai o primeiro
número do Distrito de Évora,
bi-semanário que Eça de Queirós redige inteiramente.
— Agasto: Deixa a redação do citado
jornal e regressa à Lisboa, continuando a colaboração literária na Gazeta de Portugal.
— 27 de setembro: Data da célebre
carta de Castilho a Manuel Pinheiro Chagas, publicada com o Poema da mocidade, deste último
escritor, carta que deu lugar ao panfleto Bom-senso
e Bom-gosto, de Antero de Quental. — 22 de dezembro: Publica-se na Gazeta de Portugal o último folhetim de
Eça de Queirós, intitulado Memórias de
uma forca, o qual provoca risos gerais e uma troça do jornalista portuense
Urbano Loureiro sob o título de Estreia
fúnebre de Eça.
— Dezembro: Queirós abre banca de
advogado na sua própria residência (Rossio, 26, 4º andar). Fins de dezembro: Forma-se o Cenáculo em casa de Jaime Batalha
Reis.
1868 — Antero de Quental entra no
Cenáculo.
1869 — Outubro ou novembro: Queirós
parte com o conde de Resende para a viagem do Oriente.
1870— Primavera: Regresso a Lisboa.
— 30 de junho: Toma posse do cargo de
administrador do concilio de Leiria.
— 24 de julho: Começa a publicar-se em
folhetins no Diário de Notícias o Mistério da Estrada de Sintra, saindo o
último folhetim em 27 de setembro do mesmo ano (a parte de Eça de Queirós foi
toda escrita em Leiria). Fins de setembro:
Presta provas públicas no concurso para cônsules, sendo classificado como
primeiro de todos os concorrentes.
1871 — janeiro: O Diário de Notícias noticia que Eça de Queirós está escrevendo um
romance intitulado História de um lindo
corpo, o que o Sr. J. Batalha Reis confirma no seu prefácio das Prosas Bárbaras. Certo é que nesse mesmo
ano é pelo menos esboçado O Crime do
Padre Amaro.
— 5 maio: Carta de Queirós a Ramalho
Ortigão, dizendo que As Farpas, que
vão aparecer em breve, não são uma publicação republicana. As Farpas aparecem com efeito nesse mês, durante o qual são também
inauguradas as conferências do Cassino, sendo Antero de Quental o primeiro
conferente.
— 6 de junho: Decreto pelo qual Eça de
Queirós é exonerado de administrador de Leiria.
— 12 de junho: Conferência de Queirós
no Cassino.
1872 — 16 de março: É nomeado cônsul
de La classe nas Antilhas Espanholas. Anteriormente vagara o consulado da Baía,
tendo sido nomeado para ele outro concorrente, com preterição ilegal do
primeiro classificado Eça de Queirós.
— 9 de novembro: Partida para Cuba.
—20 de dezembro: Queirós chega à
Havana e toma posse do seu cargo.
1873 — Maio a novembro: Viaja pelas
Américas Central e do Norte.
1874 — 29 de novembro: Transferência
para o consulado de Newcastle, onde se familiarizou com a língua e a literatura
inglesa.
1875 — Publicação de O Crime do Padre Amaro, na Revista Ocidental. — Morte do conde de
Rezende, D. Luís de Castro Pamplona.
1876 — Publicação do O Crime do Padre Amaro em livro. Desde setembro
deste ano a setembro de 1877 escreve Queirós em Newcastle o Primo Basílio.
1878 — 30 de julho: É colocado no
consulado de Bristol. Publica-se o Primo
Basílio. Em janeiro deste ano anunciam As
Farpas o aparecimento de outros trabalhos de Queirós, as Cenas Portuguesas, volumes de 200
páginas, de que os três primeiros seriam A
Capital, O milagre do Vale de Reriz,
e O conspirador Matias.
— De outubro deste ano a outubro de 1879
remodela Queirós em Bristol O Crime do
Padre Amaro. Publica-se na Renascença
o seu artigo sobre Ramalho Ortigão.
1879 a 1883 — Escreve em Bristol A Capital, parte de A Relíquia e as Cartas de
Inglaterra.
1880 — Julho: Publica-se no Diário de Portugal o Mandarim. O Diário Popular anuncia a publicação de Os Maias nas seus colunas. Terceira publicação do Crime do Padre Amaro, inteiramente
remodelado.
1883 — Em 26 de abril elege a Academia
Real das Ciências Eça de Queirós seu sócio correspondente.
1884 — Segunda edição do Mistério da Estrada de Sintra. Durante
uma licença concluiu Eça de Queirós A Relíquia,
começada em Bristol.
1886 — 10 de fevereiro: Casa-se na
igreja de Cedofeita, do Porto, com D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde
de Resende.
— 12 de junho: Data do Prefácio dos Azulejos, de Bernardo de Pindela, conde
de Arnoso.
1887 — Publica-se em livro A Relíquia, que primeiro saíra em
folhetins na Gazeta de Noticias, do
Rio de Janeiro.
1888 — Publicam-se Os Maias, onde Eça de Queirós incorporara
o texto de A Capital. —Polêmica com
Manuel Pinheiro Chagas (Repórter de
27 de Abril e 8 de junho) a respeito da Relíquia
e do concurso ao prêmio de D. Luís I. Desde julho deste ano a julho de 1889
prepara Queirós a publicação da Revista
de Portugal. — Por decreto de 28 de Agosto é colocado no consulado de
Paris.
1889 — Em 8 de fevereiro publica O Tempo, jornal político de Lisboa, dirigido
por Carlos Lobo de Ávila, uma carta de Queirós intitulada Tomás de Alencar, Uma
explicação, em resposta à sátira de Bulhão Pato, O grande Maia. Pato volta depois à carga com o Lázaro Cônsul, a que Eça de Queirós não respondeu. — Neste mesmo
ano, tendo chegado a Lisboa em 24 de março, janta Eça de Queirós a 26, pela
primeira vez, com os Vencidos da Vida, grupo de escritores, políticos e
cortesãos, fundado em 1887, com grande indignação dos botequins e redações da
época. —Em 3 de maio anuncia O Tempo
a próxima publicação da Revista de
Portugal, dizendo que esta inserirá na sua primeira série o novo romance de
Queirós, As monjas de Ribajoia. Em
1889 e 1890 publica a Revista, em vez
desta obra (que afinal nunca apareceu nem consta que chegasse a ser escrita) a Correspondência de Fradique Mendes. Por
esses mesmos anos trabalha Eça de Queirós em Paris na Ilustre Casa de Ramires.
1890 a 1899 — período de grande atividade,
durante o qual Eça de Queirós conclui e publica (1897) na Revista Moderna, de Paris, a Ilustre
Casa de Ramires; continua a dirigir algum tempo a Revista de Portugal e a colaborar nela; escreve e manda para o
Brasil (de 1893 a 1896) as Cartas
Familiares, Bilhetes de Paris e Ecos
de Paris; funda e dirige o Almanaque
Enciclopédico ; trabalha no livro A
Cidade e as Serras; compõe finalmente muitos dos Contos, dos artigos depois publicados nas Notas Contemporâneas, as Últimas
Páginas, etc.
1900 — Em fins de maio chega a Lisboa;
a 28 de Julho parte com Ramalho Ortigão para a Suíça; em 9 de Agosto,
sentindo-se mal em Glion, recolhe a Paris e aí vem a falecer a 16, serenamente,
pelas 4 e 30 da tarde.
— Setembro 17: Sepultados no cemitério
do Alto de São João os despojos mortais de Eça de Queirós, que na véspera
tinham chegado ao Tejo a bordo do transporte África, da Armada Real.
1901 — 30 de janeiro: Morre o pai do
escritor, o Conselheiro José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, juiz do
Supremo Tribunal de Justiça.
— 12 de junho: Lei votada em Cortes por
proposta do Conde de Arnoso, pela qual é concedida à viúva e filhos de Eça de
Queirós uma pensão anual.
1903 —9 de novembro: Inauguração do
monumento de Queirós no Largo do Quintela, de Lisboa.
1906 — Outubro: Inauguração de uma
lápide comemorativa na casa onde nasceu Queirós, na Póvoa de Varzim.
1912 — 30 de junho: Por lei votada no
Congresso da República Portuguesa é retirada à família de Queirós, e
transferida para a viúva de Rafael Bordalo Pinheiro, a pensão do Estado
concedida em 1901.
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AGOSTINHO DE CAMPOS
Antologia
Portuguesa (1922)
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