Ramo
da esperança
Um deles
ergueu-se e olhou pelo mar...
– Terra?
– Não...
não... Apenas o gume afiado e limpo do horizonte e o claro céu depois... Os
náufragos recaíram na morna prostração do desânimo.
Três dias eram
passados já que o incêndio e o oceano lhes haviam devorado
o navio e os
companheiros. Só eles restavam. Eles e o pequeno batel que os levava.
O batel e o
largo mar imenso...
Em roda, o sol
quente e o medonho silêncio solene da calmaria morta.
À vista, nem
um pano branco!... Nem a fumaça do continente, além!...
Guiavam-nos os
cansados remos e a aventura; não havia mais pão; a água ia faltar.
O quarto dia
despontou brumoso.
Ah! que o
digam os marinheiros; o nevoeiro é triste como os sudários alvos.
O nevoeiro
amortalha a coragem.
Perdidos!...
Mas alguma
cousa avizinha-se sobrenadando. Todos olham.
Um braço
mergulha sôfrego e levanta vitorioso ao ar um ramo verde...
Verde como a
esperança!
Salvos!
Ali, ali mesmo
na bruma, adivinha-se a terra firme, com as palmeiras verdes da pátria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...