Carta à Assembleia
Geral da Academia das Ciências recusando o autor a reeleição de vice-presidente
Senhores. — Uma comissão vossa acaba de me fazer saber
que me quisestes dar um novo testemunho de apreço, pedindo-me por intervenção
dela que volte ao vosso grêmio, e reassuma o cargo de vice-presidente, de que
me demiti na sessão de 31 de março.
Subsistindo ainda as causas que me inspiraram aquela
resolução, era constrangido a resistir, não só aos desejos manifestados pela
Academia, mas também aos impulsos do meu coração; era constrangido a deixar
completo um desses ásperos sacrifícios, que, nas épocas de grande devassidão, e
dadas certas circunstâncias, ao homem de bem cumpre fazer, ao menos como um
protesto de que no seu país não expiraram de todo as tradições morais, e o
sentimento da dignidade humana.
Resolvido a manter a demissão que dera da
vice-presidência da Academia, precisava contudo de explicar o meu procedimento.
Devia-o a esta corporação, de quem tenho recebido demonstrações de benevolência
tais, que o zelo com que creio havê-la servido, está longe de me libertar duma
grande dívida de agradecimento. Em semelhante pressuposto, pedi licença à
comissão para me abster da resposta vocal, e para a dirigir por escrito ao
ilustre grêmio, ao qual, depois da sua última reforma, tanto me ufano de ter
pertencido.
É necessário que comece por uma advertência indispensável.
Compelido a justificar-me perante os meus antigos colegas de desobedecer pela
segunda vez à sua vontade, manifestada já unanimemente na sessão em que me demiti,
e a mostrar que não podia, sem desonrar-me, tolerar em submisso silêncio os
recentes atos do governo em relação à Academia, terei de examinar e julgar
esses atos conforme as minhas ideias, e ajudado pela maior ou menor capacidade
que Deus me deu para apreciar as coisas. Quem dentre vós as aferir por outras
ideias, e com mais subido grau de inteligência, chegará, acaso, a conclusões
diversas. Tais conclusões serão tão legítimas como as minhas; e dessa legitimidade
derivará a do procedimento de cada um dos membros da Academia. Em matérias de
honra e dignidade não desejaria que alguém aceitasse a minha opinião sem a
avaliar, nem eu aceitaria sem isso nem voto alheio, por mais autorizado que
fosse, para me guiar por ele.
Que se me permita resumir aqui o negócio que me forçou
a tomar uma resolução extrema, resolução talvez a mais custosa que na minha
vida me tenha imposto a voz da consciência.
Eis os fatos:
O secretário geral perpétuo da Academia recebera desta
um voto de censura por falta voluntária no cumprimento dos seus deveres.
Irritado por aquela censura, ele reincidiu, recusando exercitar seu ofício nas
assembleias gerais e nas sessões do conselho administrativo, mas reservando as
outras atribuições do cargo. A Academia não toleraria tão insólita resolução em
qualquer sócio que exercesse funções gratuitas: menos a podia tolerar ao sócio
que era funcionário pago. Procurou chamá-lo à razão, e não foi escutada. Era,
portanto, indispensável completar a meia suspensão que o secretário impusera a
si próprio. Fê-lo por votação unânime. Todavia não privou o empregado suspenso
do seu vencimento, porque procedia sem paixão. Se obrara severamente, fora a
isso compelida pela necessidade de manter as leis e a disciplina da corporação.
Seguia-se dar conta deste grave sucesso ao governo
pelo ministério do reino. A Academia fê-lo também. A representação de 10 de
julho de 1855 expunha lealmente o que havia ocorrido, e pedia providências
decisivas que terminassem por uma vez os contínuos embaraços que suscitava o
secretário perpétuo. À vista dos fatos ponderados nessa representação, se o
ministro quisesse respeitar um instituto que em todas as épocas foi tido na
mais subida consideração pelos poderes públicos, e a quem ele devera a honra de
ser admitido no seu seio, a única resolução possível era a aposentação do
secretário. A sua provecta idade, os longos anos que exercera o secretariado, e
os conflitos que diariamente se alevantavam entre aquele funcionário e o corpo
acadêmico, tornavam não só plausível, mas também necessária semelhante
providência. A perpetuidade do ofício importava vantagens e encargos para o
secretário: a aposentação conservava-lhe as primeiras, e libertava-o dos
segundos. O corpo acadêmico satisfazia-se com isto: comprava a paz com um
sacrifício pecuniário, e podia dedicar aos trabalhos literários o tempo que
consumia em coibir um empregado absolutamente incorrigível.
Alguns membros da Academia, em relações mais estreitas
com o ministro do reino, parece terem-no aconselhado a assim proceder. Ignoro o
que a este respeito se passou. O que sei é que, por uma grosseria singular, a
representação de 10 de julho ficou sem resposta ou decisão durante alguns
meses, bem como o ficou a de 3 de dezembro, em que a Academia dirigia ao
governo novas e vivas instâncias sobre o assunto.
Uma circunstância digna de notar-se dava, porém, uma
tendência ofensiva ao proceder do ministro.
Havia muito que circulavam boatos pouco honrosos para
o caráter moral do secretário perpétuo. Falava-se acerca de abusos praticados
no exercício das atribuições demasiado amplas que lhe facultavam os estatutos e
regulamentos acadêmicos. Nunca eu tinha dado crédito a tais boatos: eleito,
porém, vice-presidente da Academia, e achando-me por isso membro do conselho
administrativo, conheci que esses boatos não careciam de fundamento. Membro
como eu do conselho, o digno presidente da primeira classe também sabia das
circunstâncias que justificavam as suspeitas. Amigo pessoal e Político do
ministro do reino, e havendo-se encarregado do solicitar extra oficialmente uma
resposta à representação de 10 de julho, falou-lhe com a lealdade e franqueza
que o caracterizam, e ponderou-lhe as particularidades que forçavam o governo,
por seu próprio decoro, a tomar uma resolução acorde com os desejos da
Academia. Evitava-se assim um escândalo, e que a desonra viesse a cair algum
dia sobre a cabeça encanecida dum homem de letras, consequência que a
necessidade de obstar para o futuro aos desconcertos passados mais tarde ou
mais cedo havia de produzir. O ministro pareceu tomar em conta essas
considerações amigáveis, e sua excelência o Sr. presidente da primeira classe
referiu numa reunião de acadêmicos o que se passara. É por isso que cito aqui
semelhante fato. Pela sua elevada jerarquia como par do reino, sua excelência
tinha direito a esperar que as palavras do ministro houvessem sido graves e
sinceras: como membro da maioria de uma das câmaras tinha ainda maior direito a
fazer ouvir os seus conselhos, visto que diante do país aceita um quinhão de
responsabilidade moral pelos atos do poder. Não sucedeu, porém, assim. Contra a
razão, contra todas as indicações da decência, o secretário perpétuo da
academia, suspenso por ela com justos fundamentos numa votação unânime,
manchado por suspeitas pouco honrosas, conhecidas do ministro do reino, e que o
ministro do reino tinha obrigação de verificar, se é que o indivíduo que lhas
comunicava não merecia a sua plena confiança; o secretário perpétuo, que,
colocando-se numa posição ilegal, respondera com o desprezo às advertências
moderadas da sua corporação, e se mostrara alheio ao sentimento do próprio
dever; esse homem, para quem a Academia desejava, na sua imensa indulgência, a
obscuridade e a paz dos últimos dias da vida, foi nomeado guarda-mor da Torre
do Tombo, cargo importante, porque pressupõe, não só elevados dotes literários,
mas também inconcussa probidade. Era a única e definitiva resposta do governo
às respeitosas representações de 10 de julho e de 3 de dezembro, e aos
conselhos prudentes e amigáveis de um homem que o ministro devera respeitar.
Honrado com a confiança do supremo poder, vingado do desar que recebera, o
sucessor de Gomes Eanes de Azurara, de Rui de Pina, de Damião de Góes, João
Pinto Ribeiro, de José de Seabra, de D. Francisco de São Luís, atirou à
Academia com os seus diplomas de secretário e de sócio. O governo tinha-lhe
dado outro que para ele, e talvez para o mundo, era de maior valia.
Pelas minhas faces não roçaram esses diplomas; porque
na sessão da véspera depusera perante a Academia o cargo de vice-presidente,
convertido agora numa cruz de vilipendio com que os meus ombros não podiam: não
roçaram pelas minhas faces, nem pelas dos numerosos membros desse respeitável
instituto, que na mesma sessão declararam estarem resolvidos a retirarem-se
como eu, se a corporação a que pertenciam não fosse plenamente desagravada de
uma ofensa imerecida.
Sei que houve quem dissesse que essa demissão
voluntária do secretário perpétuo, despachado pelo ministro na constância da sua
suspensão, importava um desagravo para a Academia, como se a injúria do poder
acumulada ao desprezo do agraciado equivalessem a uma reparação! Disse-se
também, creio eu, que não havia lei para a aposentação do secretário perpétuo,
como se não valessem nesta hipótese os princípios gerais de justiça e as regras
de administração; senão houvesse por um lado a perpetuidade do cargo e por
outro a impossibilidade física ou moral do indivíduo, e se enfim, o governo,
nimiamente escrupuloso, não pudesse obter sobre isso do parlamento qualquer
declaração legislativa. Não qualificarei tais desculpas: só direi que deploro
tamanha aberração de espírito.
Havia, porém, no ato do governo uma circunstância que
particularmente feria a segunda classe. Sabe a Academia quão vasto e difícil
trabalho ela empreendeu na publicação dos monumentos históricos do nosso país,
e que a parte principalíssima desse trabalho tem sido e deveria continuar a ser
feita na Torre do Tombo. O ministro, colocando à frente daquele estabelecimento
o empregado suspenso pela Academia, fechava as portas do Arquivo geral do
reino, não só a mim, que mais particularmente estava encarregado da empresa,
mas também a qualquer sócio que houvesse de suceder-me; porque creio firmemente
que todos eles têm bastante dignidade e amam assaz a própria reputação, para
nunca mais cruzarem os umbrais do arquivo nacional enquanto o ex-secretário da
Academia se achar à frente daquela repartição.
O governo pode entregar a quem quiser a guarda dos
documentos do estado, e de outros em que se estriba a fortuna de muitas
Famílias, conservados na Torre do Tombo. Livre é a sua ação administrativa; sua
a responsabilidade perante o parlamento e perante o país. Sem o agravo que lhe
foi feito, a Academia nada teria com esse ato. Os membros, porém, da segunda
classe, e nomeadamente os da seção de história, além da ofensa comum, receberam
outra mais grave; foram virtualmente expulsos do arquivo público. O governo
condenou-os à inação; porque, no estado atual dos conhecimentos humanos, nenhuns
estudos sérios sobre a história de Portugal, sobre a sua jurisprudência, e
ainda sobre um certo número de questões econômicas e literárias relativas ao
nosso país se podem fazer dignamente sem o exame dos monumentos acumulados
naquele vasto repositório, que hoje se acha ainda mais enriquecido pelos
esforços, e até à custa da Academia. Há perto de oitenta anos que todos os
governos se tem mostrado solícitos em favorecer tais estudos, e em facilitar
aos membros da primeira sociedade literária do reino os meios de cultivarem as
letras Pátrias. É o atual o primeiro que quebra essas tradições, e que os força
pelos sentimentos mais nobres do homem, pelo pundonor, e ainda mais, pelo
receio de comprometer a própria honra em qualquer extravio que possa ocorrer de
documentos públicos, a considerarem como vedado para eles o acesso da Torre de
Tombo.
Este procedimento é na verdade inexplicável. O
ministro do reino, sócio da Academia Real das Ciências, homem de letras, e
entendimento claro, avaliava bem quão doloroso devia ser para os seus consócios,
não só a demonstração de desprezo, que o governo lhes dava, mas também o
verem-se em parte banidos da República das letras pela coação moral. Entre eles
há amigos pessoais e Políticos do ministro, há homens inofensivos, exclusivamente
dedicados à ciência, há indivíduos cujos propensões os impelem para trabalhos
literários sem conexão com as indagações históricas; mas, infelizmente, em
outros davam-se, além dessas, outras condições. O ministro sabia-o, calculava o
alcance do que fazia, a consciência não podia deixar de acusá-lo, e apesar
disso, não recuou diante de uma nomeação, deplorável em si, e evidentemente
hostil à Academia.
Se a razão nos assegura que o ministro obrava mal
deliberadamente, um fato significativo vem confirmar de mais direto modo a
indução do raciocínio. Se lançardes os olhos para as colunas do Diário
do Governo, onde se leem a cada passo os diplomas de nomeação dos
empregados ainda mais obscuros, não busqueis lá o do novo guarda-mor da Torre
do Tombo, porque não o haveis de encontrar. Sabeis o que é este silêncio? É a
voz da consciência do ministro.
E depois, não ouvistes segredar pelos cantos não sei
que intervenções da coroa neste deplorável negócio? A deslealdade e a
inconstitucionalidade parece terem substituído a doutrina que faz responsáveis
só os ministros. Acaso nesta quadra que vamos atravessando, e que tantas vezes nos
recorda as páginas mais tristes da história do Baixo Império, deixou de
acatar-se já, não direi a personificação de um supremo princípio Político,
impecável e santo, mas, ao menos, a inocência e a probidade dos dezoito anos,
em que ainda todos cremos na justiça pública e na lealdade dos homens? Nem
sequer uma fronte pura escapará ao lodo que para nós espadana do charco das
paixões políticas? A calúnia, murmurada em voz baixa, há de negar-se a si própria.
Bem o sei; porque sei que a certos indivíduos falta até o esforço das grandes
covardias. Mas que me importa isso, se o murmúrio da calúnia nem só por mim foi
ouvido?
O que me parece evidente é que se praticou um ato mau
com determinada intenção; que a injúria que recebestes foi friamente dirigida,
e que, tanto por dignidade própria, como por dignidade da corporação a que tive
a honra de presidir, não posso aceitar o vosso tão apreciável convite.
Custa-me, e muito, pensá-lo assim. Acordes em geral
num só vontade, forcejávamos todos para restituir à Academia o seu primitivo
esplendor. Pela minha parte não poupei incômodos e esforços de mais de um
gênero para que Portugal pudesse associar-se ao resto da Europa, de um modo
digno de nós, no empenho da publicação dos seus monumentos históricos. Se o
alcancei ou não, enquanto mo consentiram, di-lo-á a Academia: o que eu sei
dizer é que a nenhum outro país, nem ao nosso em casos análogos, foi tão pouco
dispendioso tanto trabalho como o que se acha feito. Levo saudades desta
empresa, porque era um documento de pundonor acadêmico e de patriotismo. Outros
a continuarão melhor algum dia, posto que não com maior zelo. Como sabeis, aí
fica impressa a legislação do berço da monarquia, e ficá-lo-á igualmente,
conforme vos prometi, o primeiro fascículo das antigas crônicas e memórias de
Portugal, que neste momento se imprime. Estão coligidos e em parte prontos para
entrarem no prelo muitos monumentos narrativos, toda a legislação Pátria até os
fins do século XIII, os forais primitivos do reino e o seu direito consuetudinário,
além de muitos centenares de diplomas importantes do século VIII até o XI. Dos sócios
da segunda classe que entenderem ser-lhes lícito continuar a pertencer ao
quadro efetivo da Academia, os que se houverem de encarregar da empresa acharão
sempre em mim boa vontade para lhes subministrar as espécies de que carecerem
relativas a esse assunto.
Não meu moveu à resolução que tomei, não me move a
mantê-la agora nenhum capricho pueril, nenhum sentimento de malevolência para
com pessoa alguma. Move-me a convicção de que cumpro os deveres de homem
honesto que presa o próprio caráter. Não abandono somente por estes deveres a
honra de vos ajudar nos vossos encargos acadêmicos; abandono os meus interesses
privados, materiais e literários. Para mim a carreira de historiador cessou, e
o mais provável é que cessasse definitivamente; porque quando uma vez nos
afastamos de certa ordem de ideias, de certos estudos, que requerem sobretudo
paciência e constância, é difícil e raro que voltemos depois a eles. Esses em
que mais me comprazia aí ficam truncados, incompletos. Se o poder se glória com
isso, que folgue: é glória que há de durar mais do que eu e do que ele.
Estareis lembrados do que vos disse depondo em vossas
mãos a dignidade de que me havíeis revestido por duas vezes, erro que, a meu
ver, vos acarretou os dissabores do insulto oficial. Se o receio de um
comprometimento de honra me não fechasse as portas da Torre do Tombo,
fechava-mas a minha situação especial. O acesso dos arquivos do reino só pode
ser franqueado ou pela benevolência e confiança do seu chefe responsável, ou
por ordem expressa do governo. Como membro da Academia e para serviço público
poderia aceitar e até solicitar essa ordem: como indivíduo particular nem tão
insignificante mercê receberia dos homens que nos regem. Do chefe atual do
arquivo, desse é óbvio que não posso desejar nem a confiança nem a
benevolência.
O sacrifício que impus a mim mesmo como simples
cidadão abona a sinceridade do que faço como membro da Academia. Debaixo da
afronta coletiva senti a agressão individual contra o adversário Político;
agressão dissimulada, tortuosa, mesquinha, e todavia pungente, como cumpria que
fosse vinda de que vinha; porque os hábeis são sobretudo os que sabem
aproveitar bem e me todas as relações as conjunturas propícias. Inútil à classe
por inatividade forçada, a minha conservação na vice-presidência não seria
senão a origem de novos agravos a uma corporação tão respeitável como
inofensiva. Bastava esta consideração para me afastar da vice-presidência da
Academia.
Terminarei fazendo votos pela prosperidade desse
instituto: para que haja de contribuir poderosamente para o progresso do
espírito humano e para a glória literária e científica da terra em que nasci. O
que não sei é se isto vos será possível numa época e numa situação em que por
caminhos tenebrosos se ferem os adversários leais, não no corpo, mas na alma;
em que se calcula de antemão que a honestidade e o pundonor da própria vítima a
ajeitarão à ferida; em que para punir as opiniões se mutilam ou atrofiam as
inteligências. É a grande diferença que vai da decadência das sociedades
antigas à decadência das sociedades atuais. Os Sejanos de Tibério, servidos
pelo ferro e pelo veneno, acordes com o César numa só vontade, eram
materialistas e grosseiros na satisfação dos seus ódios. Hoje a falta de um
Tibério não incômoda os Sejanos modernos: ser-lhes-ia inútil o velho de Cáprea.
Tem horror ao sangue: são tolerantes, espiritualistas, delicados, subtis. Ou
corrompem, ou assassinam o espírito. Não vai mais longe a sua tirania. Depois,
os Sejanos de outrora acompanhavam com rir feroz os gemidos dos mártires: os de
hoje respondem ao grito que nos arranca a dor da angústia moral, com espremer
duas lágrimas sobre as faces, e com murmurar queixumes, em voz sentida e
flébil, contra os que caluniam as suas intenções mais inocentes e puras.
---
ALEXANDRE HERCULANO
Escrito em 1856, e publicado
em: Opúsculos, 1909.
Pesquisa e adequação
ortográfica: Iba Mendes (2019).
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