Os galos
O primeiro era um lindo animal,
destes que têm espora no pé, crista refolhada, lindas penas de cores e cantam
como reis absolutos.
O segundo, mais novo, era também
bonito galo de estimação — para o futuro.
E o terceiro, ainda franganito,
mal esganiçava o canto atrevido.
Houve uma grande festa na terra,
e para casa da tal família veio hospedar-se um Fidalgo de cerimônia.
Mal esta novidade chegou às
capoeiras, pôs-se o galo mais velho a cantar de cima de uma árvore, sabendo por
experiência que haveria degola de inocentes.
— Có-que-ró-có, Fidalgo na casa!
Responde o outro, mais abaixo:
— Cá-que-rá-cá, qual de nós
será?!
E o pequenino, muito triste, por
se considerar perdido, cantou, lamentoso:
— Qui-que-ri-qui, ai de mim!!
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