A Rosa de Seda (Fábula)
Um fabulário
ainda por encontrar será um dia lida esta fábula:
A uma
bordadora de um país longínquo foi encomendado pela sua rainha que bordasse,
sobre seda ou cetim, entre folhas uma rosa branca. A bordadora, como era muito
jovem, foi procurar por toda a parte aquela rosa branca perfeitíssima, em cuja
semelhança bordasse a sua. Mas sucedia que umas rosas eram menos belas do que
lhe convinha, e que outras não eram brancas como deviam ser. Gastou dias sobre
dias, chorosas horas, buscando a rosa que imitasse com seda, e, como nos países
longínquos nunca deixa de haver pena de morte, ela sabia bem que, pelas leis
dos contos como este, não podiam deixar de a matar se ela não bordasse a rosa
branca.
Por fim, não
tendo melhor remédio, bordou da memória a rosa que lhe haviam exigido. Depois
de a bordar foi compará-la com as rosas brancas que existem realmente nas
roseiras. Sucedeu que todas as rosas brancas se pareciam exatamente com a rosa
que ela bordara, que cada uma delas era exatamente aquela.
Ela levou o
trabalho ao palácio e é de supor que casasse com o príncipe.
No fabulado
onde vem esta fábula não traz moralidade. Mesmo porque, na idade de ouro, as fábulas
não tinham moralidade nenhuma.
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Pesquisa, digitalização e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
Pesquisa, digitalização e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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