Narciso era um mancebo de uma formosura sem igual, formosura de que se
orgulhava em extremo.
Um dia, debruçando-se sobre um regato, envaideceu-se tanto com a
frescura e correção do rosto refletido na água que se julgou superior em beleza
a todos os seres celestiais. Estes, em castigo, transformaram-no na flor que em
memória do fato ainda hoje lhe conserva o nome.
Pausânias diz que Narciso se afogou pensando ver na água, onde o seu
rosto se refletia, a imagem de uma irmã bem amada.
Gubernatis crê que esta lenda representa o sol poente que contempla no
espelho do mar, onde vai desaparecer, a imagem de sua irmã a lua.
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Eduardo Sequeira
- (Lenda dos Vegetais, 1892)
Pesquisa e
adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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