A lenda da Papoula
Naqueles bons tempos em que os
deuses desciam à terra a confraternizar com os humanos, vivia nos Alpes um
rapaz filho de gente pobre mas que pela sua bondade e pelo carinhoso desvelo
com que sabia velar à cabeceira dos doentes era querido e estimado por todos.
Tinha a grande e apreciável arte
de por meio de doces cantares saber adormecer aqueles que eram apoquentados
pelas mais terríveis e rebeldes insônias, de modo que os seus conterrâneos lhe
não deixavam um momento só de descanso.
Em qualquer adoecendo, a família
ia logo ter com o pobre rapaz, que não podendo resistir às suplicas lá se
instalava junto dos doentes, embalando-os com as suaves melodias que chamam o
sono e que ele sabia dizer como ninguém.
Mas não podendo resistir a tão
excessivas e continuadas fadigas e vigílias, foi pouco a pouco enfraquecendo,
até que um dia se extinguiu ao cair da tarde, quando o sol morria no extremo
horizonte...
Então os deuses para premiarem as
boas ações do que morrera praticando o bem, tornaram-no imortal,
transformando-o numa planta, na papoula, a quem deram a principal virtude pela
qual os doentes o desejavam sempre junto a si, a de fazer esquecer o sofrimento
por meio do sono.
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Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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