Esta
amoreira que mais tarde recebeu o nome científico de Morus nigra,
tem uma comovente e célebre história de amor.
Tisbe
tinha marcado uma entrevista a Píramo sob a copada folhagem de uma amoreira. Tisbe
chegou primeiro, e enquanto esperava o bem amado apareceu uma leoa com a boca
ainda tinta do sangue da presa que acabara de devorar. A donzela cheia de medo,
fugiu correndo, e o vento arrancando-lhe o véu, que lhe envolvia a cabeça,
atirou-o junto da leoa, que o despedaçou, tingindo-o de sangue.
Píramo,
ao chegar, vê o véu, e julgando que a amante fora devorada pelas feras, cheio
de desespero, suicida-se junto da árvore que por tanto tempo lhes abrigara os
belos e deliciosos sonhos de amor.
Tisbe,
volta pouco depois, e, dando com Píramo moribundo, trespassa o coração com o
mesmo ferro de que ele se servira e cai morta sobre o corpo do amante.
Os frutos
da árvore brancos até então ficaram depois, para sempre, negros.
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Eduardo Sequeira
- (Lenda dos Vegetais, 1892)
Pesquisa e
adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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