William Somerset Maugham: a arte de escrever
“Primeira
pessoa do singular”
(Editora Record - 1980)
(Editora Record - 1980)
Somerset Maugham é um escritor daqueles cuja técnica
de contar histórias lembra os alfarrabistas orientais: ora é o memorialista,
ora o narrador onipresente, ora o fabulista. As histórias se espelham
continuadas vezes, andam em zigue-zague, dão respiros inesperados e por vezes
parecem devaneios. Nada daquela definição de um crítico que li no Caderno
Literário do jornal O Globo, de que o conto deve ser como uma porrada! São
histórias curtas que se desfibram e correm amenas como as águas do riacho.
Maugham começa o Prefácio com a seguinte advertência:
“Rogo ao leitor que não se deixe iludir pelo fato de estas histórias serem
contadas na primeira pessoa do singular, supondo que elas tenham acontecido a
mim”. Assim, pensa ele livrar-se de vez do vínculo com que a primeira pessoa do
singular agarra o narrador à narrativa. No entanto, como que para deixar o
leitor desconfiado com essa absolvição, Maugham entremeia as narrativas com
singulares enxertos, quando o narrador acaba por confessar a sua atividade de
escritor.
Esse estilo lembra em muito o diretor Alfred Hitchcock
que promovia aparições rapidíssimas em seus filmes, a ponto de deixar os
espectadores sempre em suspense também por esse detalhe. No mais puro estilo Onde
está Willy? os seus admiradores ficavam apostando em qual sequência ele
apareceria. Ali, numa fila de entrada do cinema, outra vez subindo os degraus
do ônibus, sentado num banco de praça lendo o jornal, numa cadeira de engraxate
lustrando os sapatos. Com essas súbitas aparições, nas quais a expressão era
sempre tão misteriosa quanto o próprio filme, o narigão empinado para o alto,
Hitchcock divertia os espectadores ao mesmo tempo em que se divertia.
Também Somerset Maugham aparece de relance nas suas
novelas. Outras vezes busca citar outros escritores, fazendo-os personagens da
história. Então levanta-se a dúvida, o mistério: deve ou não o leitor acreditar
que as histórias contadas na primeira pessoa do singular são autobiográficas?
Porque ao mesmo tempo em ele pede “ao leitor que não se deixe iludir” pelas
histórias “contadas na primeira pessoa do singular, supondo que tenham
acontecido a mim”, o texto está constantemente contaminado com referências
literárias, tanto diretas quanto indiretas.
Na novela “Para
inteirar a dúzia”, lá pelas tantas se lê o seguinte diálogo:
“– Mr. Saint
Clair lhe envia os seus cumprimentos e pergunta se o senhor não podia fazer o
favor de emprestar-lhe o Almanaque Whitaker.
– Fiquei
assombrado.
– Por que
julgará ele que eu tenho o Almanaque Whitaker?
– Bem, a
gerente disse-lhe que o senhor é escritor.”
De entremeio aparecem Thackeray, Trollope, Dickens e
William Black. Os diálogos se sucedem:
“– Desculpe,
senhor, mas é verdade que estou falando com o conhecido novelista?
– Sou
novelista – respondi – mas que foi que o velou a supor isso?
– Vi o seu
retrato nos jornais ilustrados.”
Assim as citações vão se sucedendo, eis algumas delas:
“Não era um
humorismo de ideias, nem mesmo de palavras; era algo muito mais sutil ainda, um
humorismo de pontuação: num momento inspirado ela havia descoberto as
possibilidades cômicas do ponto-e-vírgula, de que fazia abundante e primoroso
emprego. Sabia colocá-lo de tal forma que, em sendo o leitor uma pessoa de
cultura dotada de um agudo senso de humor, não digo que desatasse às
gargalhadas, mas soltava risinhos deleitados, e quanto mais cultura tinha maior
era o seu deleite. Diziam os seus amigos que essa forma de humor fazia com que
todas as outras parecessem grosseiras e exageradas. Vários escritores tinham tentado
imitá-la, mas em vão: qualquer que fosse a opinião que se fizesse de mrs.
Albert Forrester, era forçoso confessar que ela sabia extrair do
ponto-e-vírgula até a última gota de humor e ninguém lhe chegava aos pés nessa
especialidade.” (O impulso criador)
“Minha
mocidade lá se foi, tornei-me um homem maduro e não estava longe o dia em que
me caberia o qualificativo de idoso; escrevi livros e peças, viajei, tive
aventuras, amei, desamei.” (A semente
exótica)
“Li os dois
livros. Acho que é obrigação profissional do escritor manter-se ao corrente do
que os seus contemporâneos escrevem. Estou sempre disposto a aprender e pensei
encontrar neles alguma coisa útil para mim. Foi uma decepção. Gosto que as
histórias tenham começo, meio e fim. Tenho um fraco pela intenção. Admiro a
atmosfera, mas a atmosfera sem outra coisa é como uma moldura sem quadro: não
tem grande significado. Entretanto, é possível que eu não pudesse apreciar os
méritos de Humphrey Carruthers por causa dos meus próprios defeitos e, se descrevi
sem entusiasmo os seus dois contos de maior sucesso, a causa talvez esteja na
minha vaidade melindrada. Sim, porque eu sabia perfeitamente que Humphrey
Carruthers me considerava um escritor sem importância. Estou convencido de que
ele jamais leu uma palavra escrita por mim. Bastava a popularidade de que eu
gozava para persuadi-lo de que eu não merecia a sua atenção.” (O elemento humano)
“–Bobagem!
Por que não escreve uma história e respeito?
– Eu?
– Sabe que
essa é a grande vantagem que o escritor tem sobre as demais pessoas. Quando
alguma coisa o faz sofrer horrivelmente, quando se sente torturado e infeliz,
pode pôr tudo numa história e é surpreendente o conforto e o alívio que retira
daí.
– Seria
monstruoso. Betty era tudo no mundo para mim. Eu não poderia cometer ato tão
vil.
Calou alguns
instantes e o vi refletir. Percebi que, apesar do horror que a minha sugestão
lhe causava, ele considerava por um minuto a situação do ponto de vista do
escritor. Sacudiu a cabeça.
– Não por
causa dela, mas por mim. Afinal eu tenho algum amor-próprio. E além disso, aí
não há material para uma história.”
(O elemento humano)
Por essas e por outras que esse é um prefácio que vale
a pena conferir. Com a palavra Somerset Maugham:
“Há, para o escritor, três maneiras de contar uma
história. Pode fazê-lo do ponto de vista Divino, como quem sabe tudo que é
possível saber a respeito de seus personagens. Vê todas as suas ações e deles
conhece os pensamentos mais íntimos. Foi neste plano que se escreveram muitos
romances entres os maiores da literatura mundial e foi também nele que se
colocaram Maupassant 1 e Tchecov 2 para escrever muitos
dos seus melhores contos. É um método simples e bom. Seu inconveniente está na
impessoalidade, pois o autor falta ao compromisso, quando começa a comentar
pessoalmente os personagens, os respectivos problemas ou atitudes, como o
fizeram muito amiúde Trollope 3 e Thackeray 4. Nesse caso
ele passa a fazer parte da história exatamente como se fosse um de seus atores.
A objetividade dá muitas vezes uma leve sensação de aridez. A objetividade
completa é coisa talvez inatingível. Com efeito, ela daria, em resultado,
romances de tamanho excessivo e tornaria quase impossível a história curta.
Todos os personagens são considerados do seu próprio ponto de vista, pois que
cada um de nós se reveste de suprema importância para si mesmo e não há razão
para que o autor dê mais atenção a este do que àquele. No momento em que
escolhe uma pessoa entre várias para fazer uma descrição mais pormenorizada,
deixa de ser rigidamente objetivo. Logo que a sua simpatia entra em jogo, ele
se torna parcial. É, provavelmente, o interesse dirigido que torna legível uma
obra de ficção. “A educação sentimental” de Flaubert 5 é, creio eu,
um dos raríssimos exemplos em que o autor alcançou a objetividade completa. Mas
o efeito geral é de tédio, porque ao invés de concentrar o nosso interesse ele
o dispersou com toda a imparcialidade. Outra dificuldade do método está no
sem-número de coisas que o autor deve saber ou fingir que sabe. Seria preciso
ter na unha todos os conhecimentos armazenados na Enciclopédia Britânica e
estar familiarizado com as profissões de todas as suas personagens. Como isso é
impossível, nota-se nele a tendência de se limitar aos ambientes de que tem
experiência própria e colocar as suas personagens nos quadros sociais que
conhece pessoalmente.
“Outro método de contar uma história – método que por
algum tempo gozou de considerável preferência – é fazê-lo do ponto de vista de
uma das personagens. Pode ser esta uma das que representam papel essencial na
história ou um simples observador – a este último chamarei o método
Seu-Amigo-Carlos. Seu-Amigo-Carlos faz o papel do coro dos dramas gregos.
Observa e comenta. Está ali para que lhe exponham circunstâncias de que o
leitor deve ter conhecimento e de vez em quando toma parte discreta e
secundária na ação. É um mensageiro útil. Pode servir para complicar uma
situação ou deslindar um mistério. Para o autor, ele apresenta a vantagem de
poder ser caracterizado. Existe, contudo, o perigo de que ele lhe dedique
demasiada atenção, tornando-o tão interessante que obscureça as pessoas e
incidentes sobre os quais está encarregado de lançar luz. Além disso, como ele
deve estar envolvido em todas as questões e, no interesse da marcha da
história, conservar os ouvidos abertos a tudo que se passa, corre muitas vezes
o perigo de parecer um bisbilhoteiro e um intrometido chato. Henry James 6,
que fez uso do método com grande perícia, dando-lhe assim a fama de que ele já
gozou, nem sempre soube evitar esse escolho. Talvez seja preferível o outro
plano, que consiste em narrar uma história através de uma das suas personagens
principais ou mesmo do protagonista. É muito natural focalizar neste o
interesse e, vendo pelos seus olhos tudo quanto se passa, atraímos para ele a
simpatia do leitor. Isso limita o assunto de maneira muito conveniente, pois,
quer contemos a história do ponto de vista do protagonista, quer de
Seu-Amigo-Carlos, não precisamos dizer ao leitor senão aquilo que a personagem
em apreço sabe. Encaramo-la pela face interior e às demais, pela exterior. Só
nos interessam as suas impressões sobre elas. É um método cuja economia agrada
e a unidade de efeito que dele resulta possui uma elegância formal. O único
defeito real que percebo aí é a unilateralidade. Facilmente se tem a impressão
de que as outras pessoas da história não são tratadas com espírito equitativo.
Isso constitui uma desvantagem quando sentimos a necessidade de conhecer o
pensamento das outras personagens. Ao chumbar os seus dados o autor provocou o
nosso descontentamento.
“Em terceiro lugar, uma história, seja ela comprida ou
curta, pode ser escrita na primeira pessoa, e, também neste caso, o narrador
pode ser o protagonista ou apenas um observador. O primeiro desses métodos tem
sido grande favorito dos autores, desde que se começou a escrever ficção e
alguns grandes romances foram escritor dessa forma. Sempre gozou de grande
estima na narração de aventuras. Tem muita vivacidade. Sua forma direta é
sedutora. Com efeito, quem poderia conhecer melhor os fatos do que aquele que
foi seu ator principal? Demais, o efeito de verossimilhança que daí resulta é
incomparável. Sempre teve, porém, um pequeno inconveniente: parecia um tanto
impróprio de um herói contar seus atos de bravura comprazendo-se nos pormenores
e era-lhe difícil expor as conquistas de corações femininos que lhe valeram o
seu encanto pessoal e a sua galanteria. Os escritores esfalfavam-se por
mostrar, através da boca de um herói, que este era valente, belo, inteligente e
generoso. Mas o maior defeito do processo estava em que o narrador tinha grande
dificuldade para ganhar vida. Coisa singular: embora ele falasse, amasse,
lutasse, estivesse constantemente agindo e contando o que fazia, seus contornos
não se definiam. As pessoas a quem encontrava podiam ser criaturas vivas,
fáceis de reconhecer, fortemente individualizadas, enquanto ele permanecia
estranhamente vago. Tomemos um exemplo apenas: David Copperfield 7
é, sem dúvida, a figura menos notável da vasta galeria em que se diz a
personagem principal. Talvez isso não tivesse grande importância em se tratando
de livros de aventuras: sentimo-nos tão empolgados pelo que acontece a Gil Blas
que não nos preocupamos com o fato de nunca chegarmos a descobrir que espécie
de homem ele é na realidade. Quando, porém, o interesse de escritores e
leitores começou a se voltar para o romance psicológico, esse defeito tornou-se
sério. Quando nossa atenção se focaliza nos estados mentais de preferência aos
fatos físicos, não ficar individualizando o protagonista é uma imperfeição
fatal. É a isso que atribuo o ter caído em desfavor, nestes últimos tempos, o
romance escrito na primeira pessoa hipoteticamente pela personagem principal.
“Só nos resta considerar, pois, o método em que o
narrador não é parte essencial da história, mas apenas uma testemunha. É de
acordo com ele que estão escritos os contos contidos neste livro. É verdade
que, como o método Seu-Amigo-Carlos, expõe o narrador a assumir a aparência de
um ocioso intrometido e se ele logra a verossimilhança visada, de forma que o
leitor aceite como a mais santa verdade o que lhe dizem, afigura-se muitas
vezes aos ingênuos que ele está traindo indignamente segredos alheios. Esta é
uma acusação que ele deve estar preparado para receber de bom grado. Por outro
lado, como não conta nada a respeito de si mesmo, não há ofensa à modéstia e,
visto que o leitor não precisa conhecer coisa alguma acerca do narrador, o fato
de ele ser um simples manequim não tem importância. O método também tende a
estabelecer intimidade entre leitor e escritor. Permite a este introduzir na
história um pouco do encanto peculiar do ensaio. Será uma qualidade ou um
defeito? Isso é questão de opinião. Quanto a mim, parece-me que quando o
fazemos com felicidade, isso estabelece um clima de palestra, um certo “sans façon” capaz de aliviar a tensão
de uma história construída em rígida obediência às regras. Também aqui o
escritor não tem pretensões à onisciência: limita-se a contar o que sabe e,
quando o móvel de uma ação lhe é obscuro ou desconhece um fato, confessa-o
francamente. Pode, assim, dar à história um ar de plausibilidade que de outra
forma talvez lhe faltasse.
“Descobriram os romancistas que é possível emprestar à
revelação gradual do caráter de uma personagem toda a emoção de uma novela
policial. É este um elemento relativamente novo na ficção e, para muitos,
constitui o seu maior interesse. Se o romancista é onisciente, porém, está
fazendo o leitor de bobo quando lhe oculta fatos importantes só para mantê-lo
em suspense. Nada há mais exasperante do que ter de esperar trezentas páginas
para descobrir uma coisa que o autor já conhecia desde o começo. Mas neste
processo, como também no Seu-Amigo-Carlos, o escritor caminha de mãos dadas com
o leitor. Não lhe diz senão o que sabe e o leitor compartilha com ele a
satisfação da descoberta gradual.
“Ele tem, no entanto, um grande defeito. Em toda
história existem cenas a que nem o narrador nem Seu-Amigo-Carlos poderiam ter
assistido e diálogos que não lhes seria possível ouvir. Embora se admita que os
incidentes tenham sido relatados de forma que ele possa tornar a contá-los com
bastante exatidão, é incrível que seja capaz de reproduzir, baseado no que
ouviu de terceiros, as palavras textuais que uma pessoa disse a outra. Se for
ao ponto de descrever o aspecto das personagens na ocasião em apreço e o que
elas sentiam, o leitor estaca abruptamente, tomado de incredulidade. As
conversações, ainda quando o narrador esteve presente e tomou parte nelas, são
difíceis de aceitar. – Como é possível que ele se lembre de tudo isso? –
perguntamos. Mas quando conta uma historia de forma indireta, isto é, quando
transmite um caso que lhe foi narrado por outrem, não podemos crer que este
narrador, um delegado de polícia, por exemplo, ou um capitão de navio, fosse
capaz de se exprimir com tanta felicidade e tanta arte. Rudyard Kipling 8,
pelo uso abundante da linguagem dialetal e de um modo de falar que tinha
grandes visos de verossimilhança, tratava de encobrir ao leitor o admirável
sentido da forma e o instinto quase milagroso do efeito dramático que possuíam
os seus simples soldados. Ninguém, cultivou com mais meticuloso cuidado do que
Henry James o método Seu-Amigo-Carlos. Alguns acharão, talvez, que não valia a
pena dar-se tanto trabalho e que seria mais preferível fazer como Joseph Conrad
9, por exemplo, não tratando a convenção com mais respeito do que
ela merece. O capitão Marlowe é inteiramente inverossímil e contudo o leitor
razoável acredita nele.
“Toda convenção tem suas desvantagens. Estas devem ser
disfarçadas na medida em que tal coisa for conveniente, mas quando não o podem
ser, senão em detrimento de fatores mais importantes, torna-se forçoso
aceitá-las. O autor pega então o leitor pelo gasganete e o obriga a engoli-las.
Por sorte, encontra-o geralmente disposto a fazê de muito bom grado.”
***
NOTAS:
1 - Guy de
Maupassant (1850-1893) um
dos maiores contistas de todos os tempos. Sua obra é conhecida pelas situações
psicológicas e pela crítica social. Maupassant foi, nos
últimos anos do século XIX, o escritor mais lido no mundo. Rico e famoso, ele
teve muitos casos amorosos, mas a sífilis o atormentou por mais de uma década,
causando pesadelos, angústia e alucinações. Em 1892, Guy de Maupassant
tentou o suicídio. Morreu em Paris no ano seguinte, aos 43 anos de idade, sendo
enterrado no cemitério de Montparnasse.
2 - Anton Tchecov (1860-1904) Um dos mais famosos novelistas e dramaturgos russos, considerado um dos mestres do conto moderno. Em 1888 foi publicado o seu romance "A Estepe". No ano seguinte a tuberculose se agravou e ele perdeu o seu irmão Nikolai, vítima de tifo e tuberculose, tornando-se melancólico e pessimista. Em 1904 faleceu na Alemanha, vítima de tuberculose. Foi sepultado no cemitério Novodevichy, em Moscou.
2 - Anton Tchecov (1860-1904) Um dos mais famosos novelistas e dramaturgos russos, considerado um dos mestres do conto moderno. Em 1888 foi publicado o seu romance "A Estepe". No ano seguinte a tuberculose se agravou e ele perdeu o seu irmão Nikolai, vítima de tifo e tuberculose, tornando-se melancólico e pessimista. Em 1904 faleceu na Alemanha, vítima de tuberculose. Foi sepultado no cemitério Novodevichy, em Moscou.
3 - Anthony Trollope (1815-1882) foi
um dos mais respeitados novelistas ingleses da época vitoriana. A obra mais
apreciada de Trollope, conhecida como As
novelas de Barchester, gira em torno do
condado imaginário de Barsetshire, mas ele também escreveu novelas penetrantes
sobre conflitos políticos, sociais e sexuais de sua época.
4 - William Makepeace Thackeray
(1811-1863) considerado como o segundo melhor
novelista da literatura vitoriana, depois de Charles Dickens. Sua obra mais
lida é A
feira das vaidades (Vanity Fair).
Nesta novela, que continua sendo muito lida, foi capaz de satirizar a natureza
humana de forma suave e carinhosa.
5
- Gustave Flaubert (1821-1880) um dos mais famosos escritores franceses, prosador
importante, marcou a literatura de seu país com a profundidade da análise
psicológica e o senso de realidade. Também com o seu estilo marcante, em
grandes romances (“Madame Bovary”, “A educação
sentimental” e “Salambô”), que Flaubert descreveu, com lucidez, o
comportamento social da época.
6
- Henry James (1843-1916) sua literatura tem três etapas: a primeira, na década
de 1870, relata o confronto entre o Novo Mundo e os valores do Velho
Continente; a segunda, ele escreveu novelas de conteúdo político e social,
sobre reformadores e revolucionários. Depois publicou peças de teatro,
encenadas sem êxito e voltou à prosa com "A
Morte do Leão" e "A volta do parafuso". Na última e mais
importante etapa, explorou a consciência humana. A prosa torna-se densa, a
sintaxe intrincada, características de grandes obras como "As Asas da Pomba", "Os Embaixadores" e "A
Taça de Ouro".
7 - David Copperfield, famoso romance de
Charles Dickens (1812-1870). A história narra a vida de David Copperfield da infância à maturidade. David nasceu em 1820, órfão de pai. Sete anos após, sua
mãe se casa com Edward Murdstone. David não simpatiza com o padrasto, que o
espanca. Muitos elementos descritos no livro se parecem com a vida de Dickens,
sendo considerada a mais autobiográfica de suas obras. No prefácio da edição de 1867,
Charles Dickens escreveu "… like many fond parents, I have in my heart of
hearts a favourite child. And his name is David Copperfield".
8 - Rudyard
Kipling (1865-1936) foi o primeiro britânico a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Deve sua
fama aos contos, fábulas e romances de aventura. Como jornalista na Índia,
descreveu suas experiências em estilo impressionista e ganhou popularidade com
os romances “O Livro da Selva” e “Kim”. Elogiava o
imperialismo britânico e defendia a existência da Comunidade Britânica e a
missão civilizadora de seus compatriotas.
9 - Joseph
Conrad (1857-1924) Józef Teodor Konrad Korzeniowski nasceu na Ucrânia, de família patriota,
empenhada em libertar a Polônia do domínio russo. Em 1878 mudou-se para a Inglaterra, fez carreira na
Marinha e ganhou cidadania inglesa, com o nome Joseph Conrad. Um dos
maiores estilistas da prosa, Conrad nunca chegou a dominar a língua inglesa.
Seus principais livros são: “Lord Jim”,
“Nostromo”, “O Agente Secreto”, “Sob os
Olhos Ocidentais” e “A Linha de
Sombra”.
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