Uma Lição
Era uma saleta ao lado de uma
sala de jantar; ao fundo um reposteiro corrido com ares burocráticos; ao centro
uma banquinha de charão, conspurcada de cinza de charuto e nicotina diluída em
saliva. É noite e a luz que vem de cima, transbordando de um globo de gás,
ilumina o grupo de três velhotes, mais ou menos barrigudos, que conversavam em
voz baixa e com voluptuoso interesse.
Um deles acabou de contar
alguma coisa que ainda faz rir aos outros dois. E, tal é o riso, que os três
amigos, segurando cada qual a competente barriga com ambas as mãos, deixam-se
cair para as costas do sofá e arfam ao som uniforme da mesma gargalhada.
– Ora o Silveira …. Ora o
nosso Silveira!… dizia um, aproveitando as curtas intermitências da hilaridade.
Não sabia, desembargador, que você em rapaz fora tão levado! Ora o demo!
O desembargador, limpando as
lágrimas do riso, ia talvez contar mais alguma das suas, quando o terceiro
velhote segredou ao grupo:
– Homem, deixe lá falar! todos
nós pagamos o nosso dízimo ao diabo! Aqui onde me veem, pai de dois filhos
homens, avô por aí naturalmente, e em vésperas de conselheiro do Estado; eu,
acreditem, também tive as minhas rapaziadas…
Estas palavras acalmaram, como
por feitiço, o riso dos outros dois, que se voltaram para quem as pronunciou,
já dispostos a saborear a nova anedota.
– Uma ocasião – isto vai há coisa
de uns trinta anos – principiou o quase conselheiro; uma ocasião, recolhi-me
para o meu quarto de estudante, um pouco apressado pelo mau tempo, quando dou com
uma rapariga muito hem parecida, que vinha em sentido contrário e sem
guarda-chuva.
Instintivamente parei defronte
dela. O demônio da pequena tinha uns olhos!… Parei e logo em seguida retrocedi,
acompanhando-lhe o passo.
Ela não deu resposta.
No fim de três minutos
acrescentei:
– Por que não aceita o meu
chapéu?… Não posso ver uma dama apanhar chuva deste modo!
– Obrigada, volveu ela, sem me
voltar o rosto.
E apressou o passo.
– Ingrata!
E apressei o passo também.
– Mau! exclamou a perseguida,
estacando em frente de mim e desferindo-me um olhar, tão sobranceiro, imponente
e tão digno, que eu abaixei as pálpebras e pedi-lhe perdão com um gaguejo.
– Não tive intenção de a
magoar… disse. Vossa excelência apanhava chuva e entendi que era do meu dever
oferecer-lhe uma parte do meu chapéu.
– E se eu fosse para muito
longe?…
– A verdadeira cortesia não
olha distâncias!…
Ela, ao que parece,
compreendeu a sinceridade das minhas palavras, porque interrogou logo,
desfranzindo o rosto:
– Foi então por mera
delicadeza que…?
– Juro-lhe que sim, minha
senhora. Uma vez, porém, que vossa excelência se julga ofendida, peço-lhe mil
perdões e sigo de novo o meu caminho…
Nisto, uma formidável rajada
de vento passou por entre nós, e a chuva recrudesceu tempestuosamente.
– E, para provar que não
minto, acrescentei, entregando-lhe o chapéu, tenha a bondade de levá-lo, e
depois mo restituirá…
– E o senhor?…
– Ali! Eu moro muito perto,
naquele sobrado de alugar cômodos. Vossa excelência fará o obséquio de
remetê-lo para o nº 5. Aqui o tem.
Ela consultou o tempo,
mediu-me de alto a baixo e depois, tomando uma resolução, disse:
– Não! dê-me o seu braço e
acompanhe-me ao canto da rua. Talvez apareça um carro.
Mal, porém, avançamos alguns
passos, por tal forma recresceu a chuva, que era quase impossível prosseguir.
E esta?… resmungou ela, muito
contrariada. Esta só a mim sucede!… A maldita chuva aumenta, e nada de aparecer
um carro!…
Ao chegarmos à esquina,
tivemos de parar defronte da grande enxurrada que cortava a rua. Não era
possível ir mais adiante. De carro, nem sinal! As casas fechavam-se todas, se
bem que não passasse de nove horas da noite; os relâmpagos repetiam-se num
bruxulear elétrico, os trovões abalavam os prédios e faziam tremer os vidros
gotejantes dos lampiões. Já ninguém se animava a afrontar o tempo; os próprios
cães escondiam-se pelos batentes das portas trancadas.
E o meu belo par, muito
impaciente, mordia os beiços e marcava compassos, espaçando a lama debaixo dos
pés, sem dar palavra.
Eu também não dava.
Entretanto, não podíamos ficar
ali: a peste da chuva crescia… crescia…
Em breve teríamos água até ao
meio da canela. De vez em quando passava um carro, mas ao longe, com as rodas a
levantar água, como as de um vapor.
– E agora?… perguntou-me a
desconhecida, com raiva.
Eu sacudi os ombros.
Decorreu mais um instante.
– Se vossa excelência
quisesse…
– Quê?
– É verdade que não tenho mais
do que um pobre quarto de estudante, todavia…
– Entrar numa república?…
Ora!…
– Perdão! Não é uma república,
minha senhora. Moro naquele sobrado; casa muito séria, ocupo um quarto da
frente, e…
– Que não pensariam seus companheiros!
– Moro só, vossa excelência não seria
vista, nem desacatada por ninguém…
– Ainda assim seria estúrdio!…
– Em todo o caso, sempre me
parece mais razoável do que ficar aqui, com este tempo!… A chuva não durará
toda a noite… eu poderia arranjar um carro, e…
– Diga-me uma coisa: O senhor
dá-me a sua palavra de honra em como será cavalheiro?
– Oh! minha senhora!…
– Jura que se portará
condignamente comigo?… Jura que não me faltará ao respeito?…
– Dou-lhe minha palavra de
honra!
– Bem. Aceito o seu convite.
Estou certa de que o senhor não quererá desmerecer da confiança que me
inspirou! E vamos, vamos que já me sinto resfriar até aos ossos!
Dei-lhe de novo o braço e
voltamos ambos por onde tínhamos andado.
Na ocasião em que eu acendia a
vela que costumava ficar atrás da porta da rua, a senhora ainda insistia,
cravando-me um olhar muito sério!…
– O senhor promete então quê …
– Pode entrar descansada,
minha senhora!
E as nossas duas sombras
estenderam-se juntas pelo fundo esvazamento de corredor.
Chegamos ao primeiro andar,
abri meu quarto, dei luz ao gás, ofereci uma cadeira à bela hóspede e fui
buscar a um canto uma garrafa.
– Acho que vossa excelência
fará bem em tomar uma gota de conhaque… propus, enchendo dois cálices. Está
frio e talvez vossa excelência sinta os pés molhados.
– Não, os pés estão enxutos;
trago galochas. Mas aceito.
Bebido o conhaque, a senhora
começou a correr com os olhos uma silenciosa revista no aposento. Em seguida
ergueu-se e foi, um pouco apavorada, contemplar de perto o meu esqueleto de estudo,
que jazia pendurado ao fundo do quarto; depois encaminhou-se para a minha
pequena mesa de trabalho, abriu os compêndios que aí estavam, fez uma careta de
indignação à vista das gravuras de um tratado de fisiologia, que lhe caiu às
unhas; e ficou muito espantada encontrando sobre o criado-mudo um revólver e um
carregamento de balas inglesas.
– Isto então é o que se chama
uma república?… perguntou afinal, abrangendo com um gesto o que seus olhos
lobrigavam.
E depois da minha resposta:
– Mora inteiramente só?!
– Inteiramente.
– E tem família?
– Em Minas.
– Ah! É da província. Está há
muito tempo na corte?
– Há cinco meses.
– Apenas?…
E aproximou-se de mim.
– É exato, disse eu. Ainda não
conheço bem isto por aqui…
– Tem gostado?
– Nada posso dizer por
enquanto. Minha vida tem sido tão pouco divertida… Saio de casa para as aulas,
das aulas para o restaurante e do restaurante para casa. Ainda não tenho
amigos…
– Deve então sentir muita
saudade da família…
– Pudera! Vivi sempre em companhia
dela, e agora, de um momento para outro, ficar assim tão só.. tão…
– Por que não mora com outros
estudantes?
– Ainda não descobri um bom
companheiro… Além disso, sou mesmo um pouco esquisito de gênio. Prefiro estar
só.
– Ah! Mas há de ter algumas
relações…
– Muito poucas, e essas poucas
em consideração a meu pai.
– E por que não frequenta os
teatros?
– Vou de vez em quando. Não
posso perder noites seguidas: quero ver se faço dois anos em um só.
– Ah! é estudioso!…
– Não sou dos mais vadios…
– Bom será que continue assim.
Esta cidade é muito perigosa para os rapazes…
– Ora! não é tanto como se
diz… Eu, pelo menos, confesso que supunha outra coisa!… Sempre imaginei gozar
no Rio de Janeiro uma vida mais divertida…
– Em que sentido?
– Em todos. A respeito de
amores, por exemplo, sou de um caiporismo!…
– Creio que levantou o tempo!…
observou a senhora, afastando-se de mim escrupulosamente e lançando o olhar
para a janela.
Eu supliquei perdão com um
gesto de ternura e humildade.
– Tenha a bondade de ver se
levantou o tempo, exigiu ela batendo com o pé.
– Chove a cântaros! Ah! mas
pode ficar tranquila, que eu sei respeitar a quem o merece.
Ela deixou-se cair numa
cadeira, soltando um suspiro de resignação.
– Vossa excelência toma uma
xícara de café?… perguntei, indo buscar a máquina e a garrafa de espírito de
vinho.
– Não se incomode por minha
causa.
– Costumo fazer café todas as
noites.
– Nesse caso…
– Tenho também requeijão e
doce. Se vossa excelência quisesse… O que nos falta aqui é pão!
Ela sorriu à simplicidade
destas palavras.
– E estou quase aceitando…
respondeu já de bom humor, e vindo assentar-se perto da mesa, depois de tirar o
chapéu e o mantolete.
– Bem. Vou num instante
arranjar o que falta!…
– Com este tempo? Não! não
consinto!
– É um momento! Não me molho!
Há uma confeitaria na esquina! Ora! quantas vezes não tenho feito o mesmo com
tempo ainda pior!…
Ela tornou a sorrir.
– Quer ver?… perguntei,
lançando sobre a cabeça uma grande capa de borracha, sacando as botinas e as
meias e enrodilhando as calças nos joelhos. De um pulo estou lá e de outro cá!
Ela soltou uma risada.
Voltei daí a meia hora, não
com os pães simplesmente, mas também com uma empada de camarões, uma galinha
assada, alguns pastéis de Santa Clara, duas garrafas de Borgonha e outra de
moscatel de Setúbal.
– Que é isto, Nossa Senhora!
exclamou a moça, largando o livro, que ficara a ler durante a minha ausência.
– Pareceu-me melhor cearmos
juntos… Eu estou com tanto apetite!
– Que extravagância! Por isso
é que vocês estudantes andam sempre atrapalhados no fim do mês!… Se esbanjam a
mesada logo nos primeiros dias!…
– Mas eu faço nisto tanto
gosto… Espero que vossa excelência aceitará uma asa desta galinha, que me
parece deliciosa. Vamos! arranja-se a mesa aqui mesmo.
– E eu posso ajudá-lo,
declarou a senhora, afastando os meus livros e os meus papéis para um canto do
quarto.
– Tenha a bondade de não
segurar o tinteiro desse modo. Está quebrado…
– Estes estudantes! Ainda
chove muito lá fora?
– Chih! horrorosamente! Um
dilúvio!
– E eu aqui!…
– Não terá motivos para
arrepender-se, verá! Bom! agora, faz favor? Dê-me aqueles embrulhos que eu
trouxe.
– Pronto!
– Obrigado.
– Três garrafas! -… Para que
tanto vinho?
– Fica aí, se sobrar.
– Vocês!
– Muito bem! O diabo é que só
temos um talher… Ah! posso arranjar-me com esta espátula e este canivete.
Felizmente há dois pratos e não faltam copos. Principiemos!
– Isto contado não se
acredita!
– Não sei onde esteja o mal!…
Creio que não praticamos até agora nenhuma ação feia…
– Não digo que haja mal, nem
que praticássemos ações feias, mas parece-me extraordinário, imprevisto pelo
menos, achar-me neste momento ceando ao lado de um rapaz, que eu há duas horas
não conhecia…
– Rapaz que procura merecer
essa honra, esforçando-se para cumprir com os seus deveres de cavalheiro…
– O senhor como se chama?
– João Carlos do Souto. E a
senhora?
– Não lhe posso dizer.
Compreenderá que…
– Está claro, e não insisto.
– Espero mesmo que se algum
dia nos encontrarmos noutro lugar, o senhor guardará toda a discrição sobre
estas casualidades de hoje…
– Oh! certamente, minha
senhora!
– Sim, porque afinal de contas
não me pesa na consciência o que sucedeu… Se não fosse esta maldita chuva!…
– Diga antes: esta chuva
abençoada!…
– Mau! Não vá por esse
caminho, que vai mal! nada de galanteios!…
– Já aqui não está quem falou!
E calamo-nos os dois por um
instante, a mastigar em silêncio, enquanto lá fora o vendaval esfuziava contra
as janelas.
– Vossa excelência bebe tão
pouco… não gosta de Borgonha?
– Gosto, e este me parece bem
bom, mas não convém abusar. O senhor já tomou quase uma garrafa!… Cuidado!
– Ora, este vinho é inocente!
– Fie-se nisso!
– Quer mais um pouco?
– Vá lá!
– Além de que a chuva não
parece disposta a parar tão cedo… Ainda sente muito frio?
– Já vai passando.
– Está aborrecida?
– Não. E a graça é que me
chegou o apetite… Quer saber? vou repetir a empada!
– É tão bom comer em
companhia, não é verdade? E agora, são bem poucas as vezes em que eu não como
sozinho!… Isto para quem estava acostumado com família!… Por meu gosto, casava-me…
– Já tem noiva?
– Qual!
– Podia ter deixado alguma na
província…
– Ninguém me quer…
– É porque ainda é cedo;
quando chegar a ocasião…
– Estarei velho…
– Velho? tem graça. Que idade
é a sua?
– Vossa excelência não
acredita. Dezoito anos.
– Só?
– Mostro ter mais, não é?
– Parece ter vinte e tantos.
Mas está criança; eu sim é que me posso chamar velha…
– Tem vinte, aposto!
– Acrescente mais cinco.
– Vinte e cinco… Ninguém dirá.
– E então que idade
represento?
– Aí dezoito, quando muito…
– Lisonjeiro…
– Afianço-lhe que não sou…
E, com o pretexto de
servir-lhe o doce, fui aproximando a minha cadeira da sua.
– Quê… Pois o senhor ainda vai
abrir essa terceira garrafa?…
– Não nos havemos de servir de
Borgonha para o doce…
– Não lhe faça mal!…
– Qual! Sou de cabeça muito
forte!
– Então, à sua saúde!
– Obrigado. Toque!
– Sim; mas não precisa
chegar-se tanto ….
– Eu não me estou chegando…
– Deixe-se disso! Lembre-se do
que me prometeu!…
– Tem razão. Desculpe, e
bebamos à saúde do feliz mortal que possui o seu coração…
– Não sei quem seja, mas
acompanhado. Passe-me aquele queijo.
Em vez do queijo, o que lhe
passei foi o braço em volta dos quadris, chamando-lhe a cabeça para junto dos
meus lábios.
– Mau, mau, mau! exclamou ela,
defendendo-se. O senhor parece que bebeu demais! Já não estou achando muita
graça!
– Não são os vinhos que me
embriagam… A senhora bem o vê.
– Não quero ver coisa alguma…
– Então, bem o sente…
– Não sinto nada!
– Adivinhe então, minha
senhora, adivinhe o que não tenho ânimo de dizer, meu anjo!
– Ora bolas! Isso já passa de
desaforo! solte-me! Se eu desconfiasse disto, não tinha entrado!
– Que queres?… A gente nem
sempre se governa em certas ocasiões! És tão bela! tão bela! eu te amo! Sim! eu
já te amo, minha flor!
E, como acompanhasse estas
palavras com uma gesticulação em extremo correlativa, ela ergueu-se de
improviso e fez menção de sair.
Alcancei-a já na porta do
quarto e caí aos seus pés, envolvendo-a nos braços.
– Perdoa, perdoa, minha santa!
exclamara, a cobrir-lhe de beijos as duas mãozinhas, que nessa ocasião me
pareciam mais bonitas, sem luvas.
– Perdoa! sou um bruto, sou um
grosseiro, mas…
– Quero sair! Já! Não fico
aqui nem mais um instante! Deixe-me! Deixe-me!
– Pois sim, mas hás de sair
depois de haver perdoado! Juro que estou arrependido do que fiz!
– Não sei! Deixe-me!
– Oh! Ainda chove tanto!
Espere ao menos que chegue o carro que mandei buscar pelo caixeiro da
confeitaria.
– Um carro?…
– Sim, e não deve tardar. É
mais um segundo! Um segundo apenas!
– Mas se o senhor está com
tolices!.
– Prometo não fazer nada!
– Jura!
– Juro!
– Ora, vamos a ver!
Acabamos de tomar café, quando
a carruagem parou à porta.
– Ei-la aí! disse a tirana
pondo-se de pé.
– Ainda chove… observei eu
timidamente.
– Não faz mal!…
– Ao menos não se vá, fazendo
de mim um juízo desfavorável, creia que…
– Não. Adeus. Não vou fazendo
juízo algum! Adeus, obrigada!
– Jura que não está ressentida?…
– Pode ficar descansado.
Adeus.
– Acredite que…
– Adeus!
– Não. Diga primeiro se ainda
está contrariada! Com franqueza!
– Com franqueza – estou!
– Não me perdoa?…
– Não. Boa noite!
Acompanhei-a ao corredor e, já
na porta da rua, ainda lhe pedi perdão.
***
Dois dias depois, entrando num
hotel, habitado só por mulheres, fugiu-me da garganta um grito de pasmo:
– Que vejo?!... Pois é a
senhora?! A senhora aqui?!
Ela soltou uma gargalhada e
apontou-me com o dedo a três companheiras que lá se achavam.
– É o tal!…
– Ora esta!… resmunguei. Para
que então me iludiu daquele modo?
– Iludi! Ó filho, eu estava no
meu papel, fazendo o que fiz; tu é que não estavas no teu acreditando! Quem te
mandou ser tolo?…
– É boa! disse um dos
velhotes. É muito boa!
E as três barrigas tornaram-se
a agitar nas convulsões do riso.
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