Esboço
biográfico de Camilo Castelo Branco
Camilo
Castelo Branco (1826-1890) foi poeta, dramaturgo, romancista, crítico e um dos
mais fecundos e operosos escritores que conta a história da Literatura
Portuguesa.
Natural
de Lisboa, órfão de pais desde verdes anos seguiu os seus estudos com muita
irregularidade no Porto e em Coimbra. A sua atividade literária é
verdadeiramente febricitante desde os primeiros passos no domínio das letras.
As suas obras elevam-se à grandiosa soma de 262, compreendendo poesia, romance,
conto, drama, opúsculos de crítica, traduções, biografias, etc. E não fosse a
doença que o torturava nos últimos anos, o desconsolo produzido por muitas
dores de consciência, a cegueira que o atacou irremediavelmente, e por último,
a morte que a si próprio se deu no dia primeiro de junho de 1890, e certamente
a herança legada ao país seria melhormente acrescida como de quem possuía a
pena mais bem dotada, mais rica e mais fecunda que porventura pôde apontar a
nossa galeria literária.
Como
Herculano, Garrett, Rebelo da Silva, Arnaldo Gama, Silva Gaio, explorou Camilo
o domínio da história aliado ao da fantasia escrevendo dezenas de novelas e
romances históricos, em que o interesse pela narrativa se desenrola através de
páginas duma lídima linguagem bem portuguesa e bem clássica, sempre rica e
variada, maleável ao sabor do artista genial que a emprega, umas vezes
provocando a gargalhada, outras o patético, mas sempre dúctil, apropriada e
bela. Os seus tipos — o brasileiro, os velhos fidalgos do norte, os abades do
Minho, o boticário, o escrevente, o namorador apaixonado e romântico, o
político, e quantos outros vivem nas páginas dos seus livros imorredouramente.
Desde
a Agulha em palheiro, O olho de vidro, O Retrato de Ricardina, ao Eusébio
Macário, Brasileira de Prazins, sem dúvida, o espaço percorrido é enorme,
mas em todos se pode admirar o estilo amplo e a maneira viva e colorida que
prende e encanta.
Dentre
suas obras, destacam-se:
NO
TEATRO: Abençoadas lágrimas, Agostinho de
Ceuta, Condenado, Justiça, O morgado de Fafe em Lisboa, O Morgado de Fafe
amoroso, Marquês de Torres Novas, Purgatório, Paraíso, etc.
NO
ROMANCE: Amor de Perdição, Amor de
Salvação, Os Brilhantes do Brasileiro, Sereia, A Bruxa do Monte Córdova, A
Corja, Mistérios de Lisboa, Livro Negro, A Neta do Arcediago, Eusébio Macário,
Vulcões de Lama etc.
NA
POESIA: Ao anoitecer da vida, Duas épocas
da vida, Inspirações, Um livro, Nas trevas.
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