Perdeu o Brasil, a 4 de julho de 1948, um dos mais notáveis escritores da atual geração: Monteiro Lobato, o prosador que descreveu a vida nas pequenas e sonolentas localidades do interior brasileiro, e ao mesmo tempo o autor dos melhores livros para crianças.
No primeiro momento, Monteiro Lobato criou o "Jeca Tatu", nome que desde logo se tornou popular para designar o homem rude do interior, pachorrento, simples, pouco amigo dos esforços, mas também esperto e operoso quando preciso. No segundo instante, deu às crianças brasileiras as figuras de Narizinho, Dona Benta, o Marquês de Rabicó, entre outras. À parte essas obras de ficção, sua pena agitava também os grandes problemas nacionais, de forma às vezes bastante contundente.
Nasceu José Bento Monteiro Lobato em Taubaté, no Norte do Estado do São Paulo a 18 de abril de 1882. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, na Capital, sendo nomeado promotor público em Areias, cidade do interior. Mas deixou o cargo para tornar-se fazendeiro no município de Buquira, na Serra da Mantiqueira, onde escreveu os contos "Urupês". Depois mudou-se para a capital São Paulo, onde adquiriu a "Revista do Brasil", em que publicara seus primeiros contos, e formou uma companhia editora própria. Nessa Época surgiram suas principais obras de ficção, refletindo o ambiente que conhecera em Areias e Buquira. Em 1929, foi nomeado adido comercial brasileiro nos Estados Unidos, e durante quatro anos residiu em Nova York. As impressões colhidas na grande República do Norte fizeram com que, depois do seu regresso ao Brasil, dedicasse o melhor das suas energias aos problemas do petróleo e do ferro nacional.
A obra literária de Monteiro Lobato é conhecida não só no Brasil, como no estrangeiro... Seu legado literário sem dúvida se perpetuará nas futuras gerações.
---
A Época, outubro de 1948.
Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2019)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...