O Sol e o Vento
O Sol e o Vento discutiam
acaloradamente, porque cada um deles se julgava mais forte do que o outro.
Foi longa a disputa, porque
nem um nem outro reconhecia sua inferioridade.
Viram então um cavaleiro que
passava na estrada e resolveram experimentar suas forças.
— Olha — dizia o Vento — não
preciso mais do que lançar-me a ele para arrancar suas vestes.
E começou a soprar com toda a
força.
Quanto mais o Vento se
esforçava, mas o cavaleiro segurava firme seu casaco, e bramava violentamente contra o
Vento, e cada vez mais corria a galopeá-lo... a galopeá-lo...
O Vento então zangou-se e enviou
sobre o viajante chuva e neve: ele, porém, com o manto enrolado em volta de si,
não parava de galopeá-lo.
Por fim, o vento compreendeu que
não conseguia arrancar-lhe o casaco.
O Sol sorriu, mostrando-se
entre duas nuvens. Imediatamente secou e aqueceu a terra, e o cavaleiro, regozijando-se
com o doce calor, tirou o casaco e pô-lo sobre o ombro.
— Vês? — disse o Sol ao Vento
— fazendo o bem consegue-se mais do que praticando
o mal.
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A Vida Moderna, 20 de fevereiro de 1920.
A Vida Moderna, 20 de fevereiro de 1920.
Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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