Vácuo
Ninguém ignora a ironia de Emílio de Menezes, ironia muita vez mais que cruel.
O poeta do “Gólgota” tem uma face poética terrível. Não há quem se lhe iguale
na sátira. Mas há na obra de Menezes uma série de frases que se perdem em conversas.
Num determinado dia em que passava certo jovem escritor, um amigo disse:
— Não sei por que Fulano, que não tem
o que fazer, anda sempre a correr.
— E que ele tem horror ao vácuo, retorquiu
Emílio. — Não faz outra coisa senão correr de si mesmo...
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Revista da Semana, 23 de fevereiro de 1916.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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