Poesia Popular
(1939)
As galinhas e as muié
(1939)
As galinhas e as muié
não
se deixa passear:
as
galinhas bicho come,
as
muié dão que falar...
A
cachaça é meu parente,
o
vinho meu primo-irmão,
e
não há função alguma
que
meus parentes não vão.
Da
Baía me mandaram
um
presente com seu molho:
a
costela de uma pulga,
o
coração de um piolho.
Diga
aos moços e às moças,
casamento
é coisa fina;
o
que pensa não se casa,
o
que casa não magina.
A
galinha dorme em poleiro,
o
pato dorme no chão,
o
pobre dorme na esteira,
o
rico dorme em colchão.
A
pulga me deu um tapa,
o
piolho um bofetão,
depois
foram se gabar
que
me botaram no chão...
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