Oswaldo
Cruz
Esta pilhéria de Emílio foi contada por Carlos de Laet a Teles de Menezes.
Emílio concorrera com Oswaldo Cruz, o inolvidável
higienista brasileiro, a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e, como
se sabe, foi vencido no pleito pelo ilustre filho de São Paulo.
Dias depois da eleição, Carlos de Laet
encontrava-se com o vencido, que nem sequer lhe agradeceu o voto, julgando-o
naturalíssimo. Emílio pergunta-lhe apenas se se dava bem com o Dr. Osvaldo.
Laet declara-lhe que não, muito embora se
considerasse um de seus mais sinceros admiradores.
— Era para um negócio — disse-me o
Emílio.
— Negócio?! e qual?
— Sim... Sabe você que a vaga foi de Raimundo
Correia. Esperava ser eleito, escrevi o elogio acadêmico do morto, e agora já
não me serve para nada. O Oswaldo é homem muito ocupado, menos afeito a estas
frioleiras literárias, provavelmente mais lhe vai custar o fabrico da
encomenda. Se ele me quisesse ficar com o objeto, ceder-lhe-ia com desconto...
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A Gazeta, nº 272, ano V, 2 de
novembro de 1937.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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