Osso
Certa noite, estando o saudoso Emílio de Menezes assentado pachorrentamente a uma mesa, no Café Jeremias, notou que ao lado dois rapazes discutiam violentamente, quase se atracando.
Apurando o ouvido, descobriu o poeta
que o pomo da discórdia era uma jovem de invejável dote, mas extremamente
magra, filha única de um velho capitalista, da qual cada um deles se supunha o
preferido.
Entrando neste momento um jornalista,
perguntou ao Emílio:
— Que discussão é aquela?
— São dois cães que disputam um osso —
respondeu o poeta.
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Revista Careta, 2 de agosto de 1919
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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