Os coqueiros de Pernambuco
(1929)
Coqueiros
lindos de viçosa fronde,
quem
vos teceu o arrendilhado véu?
E
quem aos ares num ousado assalto
forças
vos deu para subir tão alto
galgando
as nuvens e topando o céu?
Coqueiros
lindos de roliços troncos
altivos
restos de pujança audaz,
Quem
deu a graça desse ereto porte
rijeza
o viço ao vosso tronco forte
que
lembra a vida e simboliza a paz?
Como
subia aos céus, coqueiros lindos,
Se
sois escravos, tendo vós raízes?
É
que da força sois no mundo o exemplo
e
a vossa copa lembra um doce templo
que
acolhe prece dos que são felizes.
Coqueiros
lindos! Sopra a brisa e é tarde
e
as vossas folhas se agitando vão,
e
nessas leves e ondulantes plumas
que
tem segredos para os sóis e as brumas,
eu
ouço o arfar de um grande coração!
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