O
guarda-chuva do Padre Severiano
De regresso de Paris, onde deixara a
batina, o padre Severiano de Rezende surgia, uma tarde, à rua Gonçalves Dias,
trajando jaquetão claro, chapéu de palha, flor à lapela, mas tendo à mão, em
conflito com aquela meia elegância, um guarda-chuva de cabo torcido. Ao
encontrá-lo à porta da Confeitaria Colombo, Emílio de Menezes abriu os braços
para estreitá-lo:
— Estás belo, padre, assim à paisana!
— Achas?
— Decerto.
E olhando melhor:
— Agora, é só a bengala que traja à
clerical.
— Que bengala? - estranhou o
ex-sacerdote. - Isto é um guarda-chuva...
E Emílio:
— Pois é isso mesmo: que é um
guarda-chuva senão uma bengala de batina?
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Humberto de Campos: O Brasil
anedótico, ano 1927.
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
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