O
terno do historiador
Entre as figuras de relevo que serviam
de alvo habitual à sátira impiedosa de Emílio de Menezes, estava Capistrano de
Abreu, historiador ilustre, sábio respeitadíssimo, em torno do qual se criara
uma glosadíssima lenda de desleixo, de abandono próprio, e, mesmo, de falta de
higiene. Utilizando esta versão popular, contava o poeta:
— Uma vez o Capistrano mandou à
tinturaria, para ser lavado, um terno com que andava há doze anos. Uma semana
depois, aparece-lhe à porta um empregado da tinturaria, e entrega-lhe um
embrulho pequenino, que lhe cabia na mão.
E como lhe perguntavam o que seria,
Emílio concluía, invariável:
— Eram os botões, menino!
---
Humberto de Campos: O Brasil
anedótico, ano 1927.
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...