Finalmente
Emílio de Menezes encontrou uma vez na
Avenida um amigo que não via desde algum tempo. O homem estava de preto e fumo
no chapéu.
— Que é isso? disse o Emílio, compondo
o semblante. Luto? por quem?
— Por minha sogra.
— Ah sim.
— Ela adoeceu em São Paulo, e lá
estivemos até a semana passada, quando ela faleceu. E foi bom eu tê-lo
encontrado. Mandei preparar-lhe um mausoléu e preciso de uma inscrição
apropriada. Quero que você me arranje. Não quero coisa longa. Bastam poucas
palavras mas expressivas.
— Então basta uma palavra — disse o Emílio.
— Qual?
— “Finalmente!”
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Revista Careta, 26 de junho de 1920.
Pesquisa e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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