Botão
Uma tarde, estava Emílio de
Menezes à porta da Confeitaria Paschoal, em companhia de um amigo, quando
passou pela calçada, arrogante, charuto espetado, um cavalheiro de alta
representação, bastante conhecido na cidade pela sua completa aversão ao
pagamento de dívidas.
Ferido pela soberba do indivíduo,
voltou-se bruscamente Emílio para o companheiro, perguntando-lhe a
queima-roupa:
— Em que se parece aquele sujeito
com um botão?
O outro não atinou com a chave do
enigma, e ele completou, maligno:
— É que ele também não paga a
casa em que mora...
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Revista Careta, 1 de fevereiro de 1936.
Pesquisa e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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