As flores
*(1929)*
As
rosas é que são belas
São
os espinhos que picam,
Mas
são as rosas que caem
São
os espinhos que ficam.
Cravo,
não bulas com a rosa,
Deixa
a rosa na roseira,
Tu
bem sabes que é pecado
Bulir
com moça solteira.
A
folhinha do alecrim
Cheira
mal quando pisada,
Há
muita gente que é assim,
Mais
ama se desprezada.
Se
a perpétua cheirasse
Era
a rainha das flores,
Como
perpétua não cheira
Perpétua
não tem amores.
Eu
sou como a flor da murta
Daquela
que cai no chão,
Quanto
mais carinhos faço
Mais
desenganos me dão.
Quatro
flores no meu peito
Fizeram
sociedade,
Sempre
viva, amor perfeito,
Martírio
roxo e saudade.
Sou
como a hera que sobe
Se
acha muro de feição,
Mas
quando o muro se acaba
Prendem
os rumos para o chão.
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