A última pilhéria
Doente do “wiskite” aguda, como ele
mesmo denominava sua enfermidade, Emílio jamais deixou de ter nos lábios um
sorriso, embora por vezes laivado de amarguras. Os médicos que o assistiam,
resolveram fazer-lhe uma punção para aliviá-lo dos atrozes padecimentos. Entre
os poucos amigos, presentes à cirurgia, encontrava-se um que nunca o abandonou:
José Pires Brandão, o generoso. E o enfermo vendo que lhe escorria pelo ventre
um líquido claro, chamou a atenção dos amigos:
— Vejam vocês a ironia das coisas;
sai-me da barriga um líquido que nunca bebi: água!
Foi a última e acerba pilhéria de
Emílio de Menezes...
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Revista "O Malho", 14
de setembro de 1939, por: Leôncio Correa.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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