A PARÓDIA
Uma por uma
(Paródia ao “Da existência as flores”, de José
Maria do Amaral)
Uma por uma, da
algibeira as “granas”
se “granas” eu já
tive na algibeira,
uma por uma, na ilusão
fagueira,
Levadas vi por
outras mãos maganas.
Pobres tolices,
muito levianas,
o explorador não
ouve choradeira,
Bolso invadido
quebradeira,
de tanta experiência
não te ufanas ?
Assim perde
vergonha, amigos, tudo,
nas bacanais do
mundo interesseiro.
Só tu, mentira!
restas como escudo!
Irei contigo na existência
inteiro,
Mentindo aos
mentirosos que me iludo,
para poder viver
sem ter dinheiro...
"PETIT DRÔLE"
Revista "Careta", 1947.
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O ORIGINAL
O ORIGINAL
Da existência as flores
Uma por uma, da
existência as flores,
Se a existência
que temos é florida,
Uma por uma ao
correr da vida
Fanadas vi sem
viço e vi sem cores.
Sonhos mundanos,
sois enganadores;
Alma que sonhou
vive iludida!
Existência de flores
tão despida,
Que te fica senão
tristeza e dores?
DO mundo as
ilusões perdi funestas;
Ao noitejar da
idade em amargura,
Esperança cristã,
só tu me restas!
Fujo contigo desta
vida impura;
Nas crenças, que tão
místicas me emprestas,
Transponho, antes
do morte, a sepultura.
JOSÉ MARIA DO AMARAL
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