UMA PECADORA
Acesa em santo
fervor
loira e bela
penitente
vai aos pés de
confessor
lançar-se contritamente.
— Meu padre, diz,
eu pequei:
disso estou
arrependida,
mas é o bastante,
não sei,
para ser absolvida?
E por que não? tão
horrendo
o teu pecado assim
é?
pergunta o bom
reverendo
puxando pelo rapé.
— Ouça meu padre,
outro dia,
sem querer, sem
desejo,
meu primo teve a
ousadia
de me dar aqui um
beijo.
E a mocinha
confessada
ao dizer isto
indicou
a face linda e
corada
onde o priminho a
beijou.
Disse logo o
padre: Então
É só esse o teu pecado?',
e deu-lhe a
absolvição
Dando um beijo no
outro lado.
Adalberto Soares
Jornal “O Bond”, 1906.
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