SEMELHANÇA
Contam alguns escritores que, no tempo do imperador Augusto, uns cortesões apresentaram-lhe um jovem grego, que se parecia com ele, feição por feição.
O imperador, que não acreditava na existência de alguém que se pudesse lhe assemelhar tanto, ao ponto de ocasionar confusões, depois de haver contemplado o jovem, surpreso e até meio confuso, resolveu perguntar-lhe, em tom de gracejo:
— Oh! mancebo, sei que não és daqui mas, diz-me uma coisa: tua mãe veio alguma vez a Roma?
O grego não perdeu o controle e, compreendendo a malícia que a pergunta do soberano encerrava, respondeu sem titubear:
— Não, "sire"! Minha honrada progenitora nunca esteve aqui, mas meu pai veio cá muitas vezes...
Jornal “O Estado”, 1936.
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