CONFISSÃO
A propósito da morte do sanguinário
Ramón María Narváez, conta-se que, estando ele no leito de morte, foi visitado pelo
arcebispo de Granada, o qual buscava sua confissão e seu arrependimento pelos
crimes que cometera.
— Pense, dizia o prelado, — pense nos seus inimigos! perdoe-lhes para que
Deus lhe perdoe.
— Não os tenho, dizia o moribundo.
— Mas excelência, quando se ocupa
uma posição como a sua!...
— Digo-lhe que os não tenho! — insistiu
ele na resposta.
— Mas quem sabe?...
Talvez algum...
— Não os tenho!
— Mas, excelência...
Então o moribundo, impacientado e
num esforço supremo, ergueu-se de repente do leito e vociferou raivoso:
— Não os tenho, já lhe disse... Ordenei
que fuzilasse a todos!
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Jornal "O Rio Doce", 1896.
Jornal "O Rio Doce", 1896.
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