Um leão
muito velho e já caduco andava morre não morre.
Mas, apegado
à vida e sempre esperando, deu ordem aos animais para que o visitassem e lhe
ensinassem remédios.
Assim
aconteceu. A bicharada inteira desfilou diante dele, cada qual com um remédio
ou um conselho.
Mas a
raposa? Por que não vinha?
— Eu sei — disse
um lobo intrigante, inimigo pessoal da raposa. Ela é uma finória, acha que
Vossa Majestade morre logo e é bobagem andar a perder tempo com cacos de vida.
Enfureceu-se
o leão e mandou buscar a raposa debaixo de vara.
— Então é
assim que me trata, ó vilíssimo animal? Esquece que eu sou o rei da floresta?
— Perdão,
Majestade! Se não vim até agora é que andava em peregrinação pelos oráculos,
consultando-os a respeito da doença que abate o ânimo do meu querido rei. E não
perdi a viagem, visto como trago a única receita capaz de produzir melhoras na
real saúde de Vossa Majestade.
— Diga lá o
que é — ordenou o leão, já calmo.
— É combater
a frialdade que entorpece os vossos membros com um “capote de lobo.”
— Que é
isso?
— Capote de
lobo é uma pele ainda quente de lobo escorchado na horinha. E como está aqui
mestre lobo, súdito fiel de Vossa Majestade, vai ele sentir um prazer imenso em
emprestar a pele ao seu real senhor.
O leio
gostou da receita, escorchou o lobo, embrulhou-se na pele fumegante e ainda por
cima lhe comeu a carne.
A raposa,
vingada, retirou-se, murmurando:
— Toma! Para
intrigante, intrigante e meio...
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Fonte:
Fonte:
Do livro "Fábulas e Histórias diversas"
Pesquisa e adequação
ortográfica: Iba Mendes (2018)
gostei muito da historia
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