A coruja e a águia
Coruja e
águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.
— Basta de
guerra — disse a coruja.
— O mundo é
grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
—
Perfeitamente — respondeu a águia.
— Também eu
não quero outra coisa.
— Nesse caso
combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
— Muito bem.
Mas como posso distinguir os teus filhotes?
— Coisa
fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo,
alegres, cheios de uma graça especial, que não existe em filhote de nenhuma
outra ave, já sabes, são os meus.
— Está
feito! — concluiu a águia.
Dias depois,
andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que
piavam de bico muito aberto.
— Horríveis
bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os
filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o
desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves.
— Quê? —
disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha não
se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste…
Para retrato de filho ninguém acredite em
pintor pai.
Já diz o ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece.
Já diz o ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece.
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Fonte:
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Do livro "Fábulas e Histórias diversas"
Pesquisa e adequação
ortográfica: Iba Mendes (2018)
Fábula de La Fontaine
ResponderExcluirFábula de La Fontaine
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