Tradutor desconhecido
Ano: 1926.
Poema em prosa
Teus olhos perguntam-me coisas
tristes e querem mergulhar no meu pensamento como a lua no oceano.
Sem entender nem ocultar nada,
mostrei-te minha vida má do começo ao fim.
Por isso, não me conheces!
Se eu fora somente uma joia,
poderia partir-me em mil pedaços e fazer um colar para teu colo. Se eu fora
somente uma florzinha redonda e suave, poderia arrancar-me do meu hastil e
adornar teus cabelos. Mas onde estão, amor, os limites do meu coração?
Não conheces bem o meu reino, embora
sejas dele a Imperadora. Se isto fora durante um momento de prazer floresceria
em um sorriso fácil e poderias vê-lo e compreendê-lo em poucos instantes. Se fora
tão somente uma dor, derreter-se-ia em claras lágrimas e verias o mais profundo
do seu segredo, sem que fosse pronunciada uma palavra. Mas é o amor. Sua dor e
seu prazer não têm limites e nele são ilimitadas as misérias o os tesouros.
Está dentro de ti como tua própria vida, porém jamais conseguirás conhecê-lo
totalmente.
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Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2018)
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Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2018)
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