Foi batizado na cidade de
Santo Amaro, província da Bahia, em 1796; filho de José Gabriel Calmon e
Almeida e sua mulher D. Maria Germana de Sousa Magalhães.
Cursando a Universidade de
Coimbra, depois de muito laureado, obteve o grão de doutor em Leis no ano de
1821.
Apenas formado foi nomeado
juiz de fora de Porto de Moz em Portugal, lugar que não aceitou, volvendo ao
solo da pátria em 1822.
Nesse momento era sua província
agitada pela luta das tropas do país com as portuguesas, nessas conjunturas foi
nomeado pela vila de Abrantes membro do conselho interino de governo instalado
na então vila da Cachoeira, onde firme se conservou por quase um ano.
Grande foi a influência que
lhe deram esses movimentos, o que valeu-lhe um lugar, como representante dessa
mesma província, na assembleia constituinte, e da qual era primeiro secretário
no mês em que o Imperador a dissolveu.
Nos princípios de 1824 deixou
a pátria para viajar a Europa, por onde se demorou até os fins de 1826.
Eleito deputado em 1825,
achando-se ainda ausente, tomou assento em 1827, sendo no fim dessa sessão
chamado aos conselhos da Coroa.
Relevantes foram seus serviços
nesse ministério em que ocupou a pasta da fazenda, organizando a Caixa da Amortização, sendo esse o tempo
da calamitosa guerra com Buenos Aires.
Chamado de novo à mesma pasta
em 1828, nela serviu até 1829 em que foi transferido para a de estrangeiros, na
qual permaneceu até 1830.
D. Pedro I remunerou seus
serviços com a dignitária do Cruzeiro, e com a grã-dignitária da Rosa no mesmo
dia que esta ordem foi criada.
Foi de novo eleito pela Bahia
como deputado à segunda legislatura.
Em 1831 achava-se na Europa
quando deu-se o ato de abdicação; ao receber a notícia, que o foi surpreender
tão longe do Brasil, a ele voltou tomando parte importante nas agitadas sessões
de 1832 e 1833; 1834, 1835 e 1836 passou-os ele na tranquilidade da vida da
família, sendo mesmo aí útil à pátria, pela fundação de úteis sociedades de
agricultura e colonização, de que foi presidente.
Desse retiro o quis arrancar a
nomeação de presidente da província da Bahia, que lhe enviou a regência, que ele
recusou, como a nomeação de ministro plenipotenciário do Brasil em Viena de Áustria.
Tomando assento na câmara,
como suplente em 1837, foi um dos que concorreu para a retirada de Feijó, sendo
chamado à pasta da fazenda do gabinete de 19 de setembro desse mesmo ano, e a ele
se deve a regularização da emissão dos bilhetes do tesouro.
Apresentado na lista tríplice
de senadores pelas províncias da Bahia, Rio de Janeiro e Ceará, coube a esta última
província em tê-lo como seu representante desde 20 de julho de 1840.
Chamado a fazer parte do ministério
da maioridade declinou dessa honra.
Em 1840 casou-se no Rio de
Janeiro com a excelentíssima senhora D. Maria Carolina da Piedade Bahia, filha
do Barão de Meriti.
Ministro da fazenda do
gabinete de 23 de março de 1841.
Conselheiro de Estado ordinário
em 1843, sendo em 1844 enviado a Berlim em missão especial.
Regressando à pátria em 1847
prestou serviços mui importantes como presidente da Sociedade
Auxiliadora e da Mesa do
Recolhimento de Santa Teresa; Comissário do Instituto dos Meninos Cegos;
presidente da comissão fundadora do Instituto dos Surdos-Mudos; provedor da
Santa Casa da Misericórdia, e presidente da Imperial Academia de Música.
Nomeado em 1849 Visconde de
Abrantes, com grandeza, foi em 1854 elevado a Marquês do mesmo título.
Ministro de estrangeiros do
gabinete de 30 de maio de 1862, manteve com energia a dignidade do país, diante
da insolência de Christie, em cujo gabinete também ocupou interinamente a pasta
da fazenda.
Faleceu nesta corte a 13 de setembro
de 1865, rodeado da consideração pública por seus grandes serviços, sendo o único
brasileiro grã-cruz do Cruzeiro desde 1861.
---
Fonte:
Manuel Francisco Dias da Silva - Dicionário biográfico de brasileiros célebres, 1871.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes, 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...