10/18/2018

José Basílio da Gama (Biografia)



José Basílio da Gama (Aspectos Biográficos)

Nasceu na comarca do Rio das Mortes da província de Minas Gerais.

Ainda menino, sua bela e viva inteligência enchia de esperanças e satisfação a seus pais, que apesar de pobres o enviaram ao Rio de Janeiro, onde encontrou um protetor no brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim.

Apenas começou seus estudos, atraiu a atenção dos padres da companhia; e ele moço, pobre, desejando beber instrução, não repugnou em aceitar o hábito negro, e fez-se noviço dessa memorável confraria, e já tinham decorrido quatro anos, quando em 1759, o marquês de Pombal, os extinguiu com a bula de Clemente IV.

Privado desse apoio, não se viu só, encontrou apoio de D. Antônio Quadelupe e do conde de Bobadela, que o fizeram entrar para o seminário de São José.

Mais tarde, sob a proteção de amigos, pôde ir a Lisboa, ali abandonado pelo rancor, que ainda conservavam àqueles que tinham sido da companhia de Jesus; daí retirou-se para Roma, onde cheio de privações e desgosto, ao desamparo e longe da pátria, com a alma cheia de dor e de saudade fez parte para a arcádia de Roma, onde se reuniam os doutos e sábios sob pseudônimo de Termindo Sepilio.

Voltando a Lisboa, por ocasião da inauguração da estátua de D. José I, em 1775, fez nessa festa uma bela ode, que mereceu louvores, e o marquês de Pombal, amigo das letras e das artes, o nomeou oficial extranumerário de sua secretaria de Estado.

Seu talento o fez subir depressa; em pouco foi nomeado oficial de gabinete do grande ministro, com carta, foros, e escudo de fidalguia.

Voltando ao Rio de Janeiro, fundou aqui uma arcádia modelada pela da de Roma, pouco tempo depois aniquilada pelo conde de Rezende, pelo receio de que fosse uma associação política.

José Basílio da Gama não julgou então conveniente conservar-se por mais tempo no Rio de Janeiro onde o rodeavam perigos em toda a parte, e novamente se dirigiu para Lisboa, onde os desgostos o levaram à sepultura em 1795, tendo pouco mais de 50 anos.

Um mau frade, que assistiu a seus últimos instantes, lançou fogo aos preciosos manuscritos de suas tragédias e poemas! Só pôde escapar a esse desastre as belas poesias feitas à morte do conde Bobadela, os elegantes sonetos dedicados ao marquês de Pombal, a quem foi sempre grato, e seu poema Uraguai, porque não estavam ao alcance desse padre iconoclasta das letras.

O Uraguai é a nossa primeira epopeia; é um livrinho, em que cada linha é um verso cheio de beleza e harmonia.

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Fonte:
Manuel Francisco Dias da Silva - Dicionário biográfico de brasileiros célebres, 1871.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes, 2018,

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