Movidos pelo ódio
"Haverá pior coisa do que mesclar o ódio às opiniões?"
O ódio destilado em bytes nas
redes sociais aos poucos vai ganhando as ruas, as praças, os botecos, as casas,
o ambiente de trabalho, enfim, já não fica escondido entre quatro paredes por
trás de telas e teclados, sob os mais variados disfarces. Agora ele dá
bofetadas, chutes, facadas e até aprendeu a atirar... A estupidez é
generalizada e os bípedes virtuais quadriplicam-se no mundo real a cada disputa
política. São tipos ideologicamente apaixonados, cheios de certezas, convictos
de suas crenças e incapazes de qualquer diálogo. Acreditam que os grandes problemas do Brasil
apenas serão resolvidos pelo candidato de seu partido, e veem o adversário como
um perigoso inimigo que precisa ser combatido sem piedade. Argumento algum, por
mais lógico e racional que seja, é capaz de fazê-lo mudar de opinião. No fundo,
agem como aquele religioso que sobe a ladeira de joelhos sem reparar a
rusticidade do solo. O bom senso para tais pessoas fica restrito aos momentos
em que se distanciam dos temas políticos e passam a discorrer sobre as coisas
fúteis da vida. É só aí que viram de gente! Quando imbuídos de suas convicções políticas
transformam-se em bestas selvagens, chegando ao ponto de comemorar a doença ou
morte dos que odeiam. O ódio, aliás, é o
motor que faz mover suas existências intranquilas, é a força que impulsiona
suas vidas medíocres e vazias. Mostrem-lhe uma cabeça e providenciarão uma
guilhotina. Ódio e a opinião são tudo de que precisam para mudar o mundo. Sim, eles podem mudar o mundo. Se lhes disserem que são Napoleões, por favor
acreditem. O Brasil é um Waterloo!
É isso!
É isso!
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