8/21/2018

Porque sou contra as cotas raciais

Porque sou contra as cotas raciais

Negar que existe preconceito racial no Brasil, é negar o óbvio telescópico. Em todos os âmbitos da nossa sociedade, esse preconceito se manifesta das mais variadas formas, e isso pode ser observado numa simples “batida policial”. Isto posto, elenco a seguir as minhas razões porque sou contra as chamadas “cotas raciais” em nosso país.

Em primeiro lugar, sou contra as cotas raciais porque acredito que o negro e o branco em nada diferem um do outro em termos intelectuais, e, portanto, neste sentido estão ambos em pé de igualdade para pleitear as mesmas vagas nos vestibulares ou nos concursos públicos. A questão de acesso às universidades ou empresas públicas está fundamentalmente atrelada às condições sociais da pessoa, e não a sua cor.  O indivíduo que estudou em escolas boas, que usufruiu de tempo livre e de dinheiro, que teve uma excelente estrutura familiar e social, é claro que terá mais facilidade para ascender a uma faculdade pública ou a uma empresa estatal.  A desvantagem recai exclusivamente sobre o pobre, seja este branco ou negro, seja de qualquer outra etnia.

Em segundo lugar, sou contra as cotas raciais porque acredito que tal medida apenas perpetua ente nós o estigma da “raça”, em vez de reparar um crime histórico.  Pessoalmente eu não me sentiria confortável (e falo de mim) numa sala de aula sabendo que estou ali porque fui beneficiado pela cor da minha pele. Ora, em vez das cotas, por que não reservar grande parte das vagas das universidades públicas para aqueles que vieram igualmente de escolas públicas e que não podem pagar uma “Harvard University”? A lógica e simples: não paga quem não pode pagar!

Em terceiro lugar, sou contra as cotas raciais porque acredito que o crime praticado contra os negros ao longo da nossa história de maneira alguma pode ser reparado com simples “esmolas governamentais”.  Se se querem pagar-lhes uma dívida histórica, que o façam com investimentos constantes na educação e com melhorias concretas nas suas condições sociais, em vez de medidas populistas como as tais “cotas”, as quais  não têm sequer a unanimidade da própria população  negra.

Em quarto lugar, sou contra as cotas raciais porque não acredito que tal medida seja de fato decisiva para dirimir os maléficos efeitos do racismo e da injustiça que se cometeu contra os negros em nossa sociedade ao longo dos tempos. O racismo, que se manifesta em mentes imbecilizadas e embrutecidas, deverá ser combatido com leis rígidas e medidas abrangentes de caráter social e educacional.

Por último, sou contra as cotas raciais porque, embora existam bons argumentos para sua manutenção, acredito que de todo sobressaem os aspectos negativos, em que se mesclam a prevalência de uma ideologia racial que nos separam e o estereótipo da cor que nos inferiorizam.

É isso!   

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