Autor: Desconhecido
Tradutor: Luiz
Edmundo
Ano:
1932
Transcrição e atualização: Iba Mendes (2018)
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O Gato
Bolchevista
Um
gato, que era chefe conceituado
dum
bando bolchevista,
vai
à cozinha dum capitalista,
e
acha, sobre o fogão, um frango assado.
Abocanha-o
dum salto; e à unha, e a dente,
começa
a devorá-lo...
que
esplêndido regalo!
...
E assim, tranquilo, come, quando sente
melífluo,
que lhe fala, em tom cordato,
outro
gato:
Dividamo-lo,
pois,
bem
como ensina
a
moral do partido...
De
resto, o frango é grande, e dá pra dois...
O
outro, porém, matreiro e precavido,
mostra-lhe
a unha felina,
e
diz:
—
Perdão!
o
frango é meu...
E
o que é meu, gato amigo, não é seu...
Tire
para lá o seu nariz!
Então?
—
Volve-lhe o outro — assim
de
que vale a moral do bolchevismo
se
o próprio chefe, com o maior cinismo,
não
a pratica? Diga lá, que, enfim,
você
é um chefe, e, como tal, parece
que,
melhor do que eu, não desconhece
os
ideais que juntos professamos...
Por
acaso você enlouqueceu?
por
acaso você virou fascista;
burguês,
idiota? Vamos:
responda,
por favor! .
E
o outro respondeu:
...quando
em jejum — sou sempre bolchevista!
mas
quando como — eu sou conservador!...
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