Autor: Sully Prudhomme
Tradutor: Antônio Sales
Ano: 1907
Transcrição e
atualização: Iba
Mendes (2018)
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O Estrangeiro
Pergunto
muita vez: De que raça és nascido?
Nada
há que tenha o dom de prender-te ou encantar-te;
Nada
que o pensamento e os sentidos te farte;
Fazes
supor que um bem infindo te é devido.
Que
paraíso, entanto, hás tu jamais perdido?
De
que causa superna empunhaste o estandarte
Para
ver só miséria e vício em toda a parte,
Que
virtude e beleza inatas te hão nutrido?
À
saudade de um céu, que eu entrevejo obscuro,
Ao
meu tédio divino, uma origem procuro,
Que
em meu peito de argila indistinta se some...
E
das dores que exprime a espantar-me o primeiro,
Sinto
chorar em mim um sublime estrangeiro
Que
sempre me ocultou sua pátria e seu nome.
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