Domingos Caldas Barbosa: Aspectos biográficos
Domingos Caldas Barbosa veio ao mundo por volta do ano
de 1740. Em que dia e em que mês, não se sabe. Ao nascimento do poeta emprestou
Januário da Cunha Barbosa versão que não deixa de ser curiosa. É a seguinte: “Meu
tio (assim nos informou um parente ainda vivo deste nosso poeta) não era preto
nem branco, nem da África nem da América; mas era um homem de muitos talentos e
de virtudes sociais: expliquemos estes ditos. O pai de Domingos Caldas Barbosa,
depois de muitos anos de residência em Angola, regressava para o Rio de Janeiro,
e em sua companhia vinha uma preta grávida, que na viagem deu a luz ao nosso
Caldas. Seu pai, apenas desembarcado, o reconheceu e o fez batizar.” Varnhagen
põe em dúvida a veracidade do relato, dando o poeta como natural do Rio de
Janeiro. Nascido em terra ou no mar, Domingos Caldas Barbosa é brasileiro e bem
brasileiro.
O pai, cujo nome os biógrafos de Caldas esqueceram de citar, não descuidou da educação do menino, que muito cedo entrou para as aulas dos jesuítas. E no colégio o mulatinho começou a poetar. Desde criança, revelou-se a veia satírica e repentista de Domingos Caldas Barbosa. Certos versos do rapaz, dirigidos a portugueses, desagradaram a gente influente da colônia. Foram queixar-se ao capitão general. Gomes Freire de Andrada. Bodadela, segundo informa o cônego Januário, “querendo dar satisfação a algumas pessoas poderosas ofendidas pelas sátiras do moço Caldas Barbosa”, fez do poeta um soldado, destacando-o para bem longe do Rio, na Colônia do Sacramento, onde ele ficou até o ano de 1762, quando a praça foi ocupada pelos espanhóis.
De regresso ao Rio, Domingos Caldas Barbosa logo deu baixa. Não tinha vocação para soldado. Oito ou dez anos depois, desgostoso certamente da vida que aqui levava, decidiu ir viver em Portugal. Em 1775 já temos notícia da sua atividade literária em Lisboa, com a publicação da Coleção de poesias feitas na feliz inauguração da estátua de del-rei Nosso Senhor D. José I. Na metrópole, teve a boa sorte de ser protegido pelos irmãos do vice-rei do Brasil: José e Luís de Vasconcelos e Sousa, que foram respectivamente Conde de Pombeiro, depois Marquês de Belas, e Conde de Figueiró, depois Marquês de Castelo Melhor. Na casa daquele viveu, a princípio, no Porto, quando Vasconcelos ali exercia as funções de Regedor das Justiças. Passando, depois a Lisboa, Caldas vivia na casa de um e de outro, como se fosse pessoa da família.
O pai, cujo nome os biógrafos de Caldas esqueceram de citar, não descuidou da educação do menino, que muito cedo entrou para as aulas dos jesuítas. E no colégio o mulatinho começou a poetar. Desde criança, revelou-se a veia satírica e repentista de Domingos Caldas Barbosa. Certos versos do rapaz, dirigidos a portugueses, desagradaram a gente influente da colônia. Foram queixar-se ao capitão general. Gomes Freire de Andrada. Bodadela, segundo informa o cônego Januário, “querendo dar satisfação a algumas pessoas poderosas ofendidas pelas sátiras do moço Caldas Barbosa”, fez do poeta um soldado, destacando-o para bem longe do Rio, na Colônia do Sacramento, onde ele ficou até o ano de 1762, quando a praça foi ocupada pelos espanhóis.
De regresso ao Rio, Domingos Caldas Barbosa logo deu baixa. Não tinha vocação para soldado. Oito ou dez anos depois, desgostoso certamente da vida que aqui levava, decidiu ir viver em Portugal. Em 1775 já temos notícia da sua atividade literária em Lisboa, com a publicação da Coleção de poesias feitas na feliz inauguração da estátua de del-rei Nosso Senhor D. José I. Na metrópole, teve a boa sorte de ser protegido pelos irmãos do vice-rei do Brasil: José e Luís de Vasconcelos e Sousa, que foram respectivamente Conde de Pombeiro, depois Marquês de Belas, e Conde de Figueiró, depois Marquês de Castelo Melhor. Na casa daquele viveu, a princípio, no Porto, quando Vasconcelos ali exercia as funções de Regedor das Justiças. Passando, depois a Lisboa, Caldas vivia na casa de um e de outro, como se fosse pessoa da família.
Levado pelos dois Vasconcelos, Caldas Barbosa começou
a frequentar a melhor sociedade do tempo. Seu sucesso foi enorme. As modinhas,
que o mulato brasileiro cantava ao violão marcavam a nota “chic” das festas da
Corte. O poeta disputado comparecia em toda a parte. Nos salões das casas
fidalgas em Lisboa e Cintra, em Belas, Benfica a ou Bemposta. Até mesmo nas
quintas reais de Belém, Caxias e Queluz. Graças ainda aos seus protetores,
Domingos Caldas Barbosa recebeu ordens menores e foi nomeado capelão da Casa da
Suplicação. Mas nem por isso Sua Reverendíssima deixou de lado a viola e as modinhas
que o celebrizaram.
Pertenceu o poeta a Arcádia de Roma, com o nome de Lereno
Selinuntino. Foi um dos fundadores e presidente da Academia de Belas Letras de
Lisboa, ou Nova Arcádia, que se reunia no Palácio do Conde de Pombeiro.
Morreu Domingos Caldas Barbosa aos 60 anos de idade,
no dia 9 de novembro de 1800, “de uma rápida enfermidade que apenas lhe
permitiu prover-se dos sacramentos”, diz Varnhagen. O corpo foi depositado na
capela do Palacete de Bemposta, propriedade dos Pombeiro, para depois ser
enterrado na igreja paroquial de Nossa Senhora dos Anjos, onde o poeta repousou
para a eternidade.
FRANCISCO DE ASSIS BARBOSA
São Paulo, março de 1943.
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